ARQUEOLOGIA DA CIDADE DE JERICÓ
JERICÓ DO TEMPO DE JOSUÉ
Jericó, cidade da orla oriental de Gor, à distancia de 10 quilômetros do rio Jordão. Foi a primeira cidade conquistada pelos israelitas sob o comando de Josué.
Jericó foi uma cidade real da antiguidade, a principal do Vale do Jordão, à qual se referem como bem conhecida naquele tempo os livros de Números e Deuteronômio (Nm 22.1; Dt 32.49). Ela achava-se protegida por muralhas e portas de grande resistência (Js 2.5). Os cidadãos de Jericó eram abastados, sendo produtivos os terrenos que a circundavam.
Depois da queda dos muros foi pronunciada uma maldição sobre aquele que tentasse reedificar Jericó “E naquele tempo, Josué os esconjurou, dizendo: Maldito diante do Senhor seja o homem que se levantar e reedificar esta cidade de Jericó: perdendo o seu primogênito, a fundará, e sobre o seu filho mais novo lhe porá as portas” (Js 6.26).
A maldição caiu quinhentos anos mais tarde sobre Hiel, de Betel “durante seu reinado, Hiel de Betel, reconstruiu Jericó. Lançou os alicerces à custa da vida de seu filho mais velho, Abirão, e instalou as suas portas à custa da vida do seu filho mais novo, Segube, de acordo com a palavra que o Senhor tinha falado por meio de Josué filho de Num". (I Rs 16.34).
Foi em Jericó estabelecida uma escola de profetas, sendo visitada por Elias e Eliseu (2Rs 2.4-18). A cidade foi tomada pelos caldeus (2Rs 25.5), mas repovoada depois da volta do cativeiro babilônico (Ed 2.34).
ARQUEOLOGIA DE JERICÓ
Jericó é agora um montículo de três hectares chamado de Tell es-Sultão, localizado ao lado de abundante manancial conhecido como Fonte de Eliseu.
O montículo foi escavado por Charles Warren (1868), Ernest Sellin (1907-1911), Jonh Garstang (1929-1936) e a senhorita Kathleen Kenyon (1952-1958).
O primeiro escavador concentrou sua atenção apenas no montículo, enquanto o segundo realizou descobertas suficientes para despertar um grande interesse geral. Mais tarde Jonh Garstang desenterrou partes de quatro cidades que tinham existido sucessivamente no lugar desde o ano de 3000 a.C. Ao escavar até a base do montículo encontrou vestígios de civilizações da antiguidade extraordinária, as mais antigas que se tem encontrado na Palestina.
O quarto nível de ocupação, o qual Gastang denominou “cidade D”, adquiriu uma importância primordial para os estudiosos e historiadores da Bíblia, assim como para os arqueólogos, os quais discutiam frequentemente sobre a data do êxodo israelita do Egito e sua subsequente entrada na Palestina. Os eruditos discordavam em dois séculos ou mais em seus cálculos ao datar esse acontecimento. Jericó era o lugar onde a dúvida podia ser estudada mais a fundo. Este quarto nível de ocupação parecia ser a cidade que Josué havia tomado, e os escavadores procederam com muito cuidado.
Dois muros de nove metros de altura, que corriam quase paralelos rodeavam o cume do monte. Estes muros foram construídos de ladrilhos secados ao sol, de uns dez centímetros de espessura, e de uma extensão de 60 a 90 centímetros. O muro interior tem uma espessura de 3,4 a 3,7 metros, e foi construído sobre alicerces de um muro anterior. O último muro anterior tem mais ou menos 1,82 metros de espessura, e está na borda do montículo. O espaço entre os dois muros varia entre quatro a oito metros, e os muros se encontram unidos em intervalos periódicos por paredes de ladrilho.
Nas imediações do montículo da antiga cidade foi descoberto um cemitério. Garstang abriu um grande número de tumbas das quais extraiu muitas vasilhas de cerâmica, uma considerável quantidade de joias e uns 170 escaravelhos sagrados. Nessas tumbas Garstang achou peças de alvenaria dos períodos recente, Médio e tardio da Idade do Bronze, mas só foram encontrados uns poucos fragmentos de vasilhas micênicas, que começaram a ser importadas em torno de 1400 a.C. Os *escaravelhos sagrados egípcios podem ser datados com exatidão, já que mencionam vários faraós em seus nomes, e representam cada um deles. Um escaravelho sagrado apresenta o nome da rainha Hat-shep-sut e de Tutmósis III; outro menciona o nome de Amenhotep II, que está representado como um arqueiro, e isto coincide com os registros de sua tumba no Egito. A série de escaravelhos sagrados datados finaliza com dois selos reais de Amenhotep III, que reinou desde 1413 até 1376 a.C. Nenhuma outra coisa nas tumbas indica datas posteriores.
Ao regressar ao montículo da cidade, Garstang comparou detidamente os fragmentos de cerâmica com os que haviam sido descobertos nas tumbas, e descobriu que alguns deles correspondiam a Idade do Bronze tardia. Depois de examinar quase 100.000 pedaços de cerâmica, 1.500 vasilhas intactas, assim como 80 escaravelhos intactos, os muros caídos e outros tipos de evidencia, Garstang não hesitou em datar a cidade em torno de 1400 a.C., identificando-a como a cidade Cananéia de Jericó, que caiu nas mãos dos israelitas comandados por Josué. Os restos carbonizados que se encontravam em todas as partes eram para Garstang uma confirmação do registro bíblico, “a cidade e tudo o que nela havia queimaram-no no fogo” (Js 6.24), e os muros caídos foram uma confirmação de como os israelitas caminharam “em frente de si e a tomaram” (Js 6.20).
Desejando ser o mais cuidadoso possível, e agindo como um verdadeiro cientista, Garstang consultou três dos principais arqueólogos e especialistas em alvenaria em toda a Palestina: Pere Vincent, Clarence s. Fischer e Alan Rowe. Quando essas autoridades examinaram detidamente e em separado a cerâmica, as ruínas carbonizadas e os muros caídos assinaram declarações junto com Gastang confirmando a data de 1400 a.C. esta data concorda com a cronologia que aparece em I Reis 6.1.
O reinado de Salomão começou provavelmente em torno de 961 a.C. Se esta data é correta, o quarto ano de seu reinado seria aproximadamente o ano de 957. Somando-se 480 anos, 1437 é a data mais provável da saída dos israelitas do Egito. Se levarmos em conta os 40 anos que os israelitas passaram errantes no deserto, chegamos a data de 1397 a.C. para a destruição de Jericó; e isto está claramente dentro dos limites dos estudos de Garstang.
Todavia, estas descobertas e as interpretações que se lhes tem dado não satisfazem a alguns pesquisadores, porque eles não podiam encontrar lugar em suas mentes para uma Jericó que se ajustasse tanto ao registro bíblico. Durante quase dois decênios houve constante oposição às conclusões de Garstang, e foram exercidas pressões para que se reexaminasse Jericó.
Este desejo foi satisfeito no principio de 1952, quando uma expedição conjunta da Escola Britânica de Arqueologia, o Fundo de Exploração da Palestina, as Escolas Americanas de Investigação Oriental e o Departamento de Antiguidades do Jordão, começaram a escavar novamente em Jericó, sob a direção da senhorita Kathleen Kenyon. O trabalho foi realizado com diligencia pelo espaço de cinco temporadas, durante as quais escavaram fossos até o leito rochoso em seis lugares diferentes do montículo. Em um destes, um empreendimento próximo ao extremo norte oriental foram encontrados restos da primeira ocupação de Jericó.
Durante uma escavação posterior, a senhorita Kathleen Kenyon informou que havia encontrado os fragmentos e a base de um muro de aproximadamente um metro quadrado de piso intacto, os restos de um edifício denominado “edifício médio”, um forno e um pequeno jarro; tudo isso pertencente a Idade do Bronze tardia (1500-1200 a.C.). Ao falar sobre esses restos a senhorita Kenyon disse: “Pelo menos demonstram que existiu uma povoação nesse período. Data do século 14 a.C., e concorda muito bem com as descobertas realizadas nas tumbas e datadas com mais precisão pelo professor Garstang. Parece-nos que a evidencia demonstra que o pequeno fragmento de edifício que encontramos é parte de uma cozinha de uma mulher Cananéia”.
A JERICÓ DO NOVO TESTAMENTO
Em 10 de fevereiro de 1950, o doutor James L. Kelso e seus associados iniciaram a escavação da Jericó do Novo Testamento. Encontraram a capital invernal de Herodes, o Grande, a cidadela, o hipódromo, a piscina, as fontes, os jardins, as quintas e as ruínas de outras edificações que haviam sido construídas com pedras de cantaria [esquadrejadas] caracteristicamente herodiana, com o suave calado marginal nos quatro costados. O número de quintas diminui na direção leste, e um pouco mais além vê-se a Jericó moderna, a que o doutor Kelson pensou que poderia estar sobre as extensões dos setores mais pobres da Jericó do Novo Testamento.
A Jericó do tempo de Jesus era a segunda cidade da Judéia. Foi ali que Jesus curou o cego Bartimeu, e que Zaqueu recebeu a visita do Salvador em sua casa.
Por algum tempo Jericó fez parte da propriedade de Cleópatra, que foi dada por Antonio, sendo depois arrendada por Herodes, o Grande, que ali construiu muitos palácios e edifícios públicos. Foi destruída pelos romanos por volta do ano de 230 d.C.
*AS CRENÇAS SOBRE O ESCARAVELHO
Da família dos Lamelicór-neos, este tipo de besouro possuía algumas características sui generis: a fêmea punha seus ovos em pedaços de excremento, que eram acondicionados em buracos feitos na terra. As larvas que nasciam disso se alimentavam da matéria pútida e desenvolviam-se.
Do ritual da mumificação fazia parte retirar o coração do morto e substituir por um amuleto na forma de um desses bichos. Assim como ele era capaz de nascer da matéria putrefata, ajudaria o defunto a renascer e devido à sua íntima relação com o sol, poderiam auxiliar a jornada do desencarnado ao lado de "Rá", o deus Sol. O astro-rei portava os germes da vida, como a bola de excrementos e o ato de rolá-la para o buraco, guardava o significado do nascente e do poente. No amuleto lia-se a inscrição: Sou Thoth, inventor e fundador das curas e das terras; vem a mim, ó tu que estás debaixo da terra, levanta-te, ó grande espírito.
Fontes:
Bíblia Thompson – Editora Vida
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