ALGUNS COMENTÁRIOS SOBRE DANIEL (9.25-27)
A Bíblia de Jerusalém, assim traduziu Dan. 9:25:
“Fica sabendo, pois, e compreende isto: Desde a promulgação do decreto (dābār) ‘sobre o retorno e a reconstrução de Jerusalém’ até um Príncipe Ungido, haverá sete semanas. Durante sessenta e duas semanas serão novamente construídas praças e muralhas, embora em tempos calamitosos”.
Traduzindo o verso 26, temos:
“E Depois das sessenta e duas semanas um Ungido será eliminado, embora ele não tenha ... q E a cidade e o Santuário serão destruídos por um príncipe que virá. Seu fim será no cataclismo (we ‘ad qēts mi lechāmâ) - e, até o fim da guerra, (nechěretset) - estão determinadas assolações”.
Em Dan 9:27a: (we hi gebîr berît lā rabîm shābû‘a ’ehād) – “Então, o Senhor (gebîr) fará aliança, por muitos, em (por) uma semana”.
Está parte, Dan. 9:27b, pode ser traduzida assim:
“E sobre a asa das abominações dos assoladores (na nave do Templo), que até a consumação, então (que está) determinada, derrame-se (seja derretido), por causa da assolação”.
Os detalhes, dos versos 25-26, são muito importantes para correta interpretação da profecia. O primeiro: “Depois das sessenta e duas semanas”. Esse período de tempo, começou em 408/407 a. C. e findou em 26/27 d. C., no batismo do Messias. (Um total de 434 anos).
O segundo: “Será morto o Ungido e já não estará”. Esse acontecimento, ocorre na última semana, das setenta que foram determinadas ao povo judeu. Portanto, do ano 26/27 d. C. (do batismo), até o ano 33/34 d. C., com a morte de Estevão. Quando, então, o evangelho começa a ser pregado diretamente aos gentios – Samaritanos (Atos 8), Cornélio (Atos 10).
Terceiro: “E a cidade e o Santuário serão destruídos por um príncipe que virá”. Esses acontecimentos cumpriram-se literalmente. O príncipe é Tito (o seu pai já era o Imperador quando ele conquistou Jerusalém). O povo, conseqüentemente, é o seu exército, que incendiou o Templo, e depois por ordem de Tito destruiu totalmente a cidade.
Quarto: “Seu fim será no cataclismo (we ‘ad qēts mi lechāmâ) - e, até o fim da guerra”. Esse detalhe, serve para nos informar que não haveria rendição por parte dos judeus. Os rebeldes iriam lutar, como vimos, até o fim.
Por último: “Desolações são determinadas”. Esse último detalhe do verso, diz respeito a todas abominações praticadas pelos judeus no Templo, e pode-se dizer, culminou com a destruição do dele e da cidade de Jerusalém.
Contudo, nessa última parte “Desolações são determinadas”, como faz parte do período das “sessenta e nove semanas”, embora esteja muito bem explicitada, no verso “E a cidade e o Santuário serão destruídos por um príncipe que virá”, também, não deixa de ser uma referência “a desolação” do Templo, nos dias de Antíoco Epifânio. Porque a expressão foi colocada como uma advertência: “Desolações são determinadas”. Embora, as assolações cometidas praticadas pelos romanos. Ou seja, destruição total do Templo e da cidade de Jerusalém. Dan. 8:11: (última parte):
Em Dan. 8:11:
“E até ao Príncipe do exército tornou-se grande” (Pilatos que entregou o Messias para ser crucificado); “e depois de nosso Tāmîd” (huraym [do verbo: rûm]) “ser arrebatado”, (ser exaltado, ser levantado; estar no alto; ser erguido; ser exaltado; ser tirado; etc.) “o Tāmîd; (Após a Morte, ressurreição e ascensão do Messias) então, foi derrubado o alicerce” (a base) “do Seu Santuário”.
Além do mais, não se deve fazer confusão entre assolações (desolações) e abominação (abominações). Um rei, uma pessoa (exército) poderia fazer uma abominação sem realizar assolação (desolação). Antíoco Epifânio, saqueou o Templo, profanou, cometeu abominação no altar dos holocaustos, cometeu assolações por toda a Judéia, mas não destruiu (não causou desolação, assolação) o Templo de Jerusalém. Assim como os judeus que cometeram as abominações no Templo e saquearam, também cometeram várias assolações na Judéia. Contudo, foram os romanos que praticaram a assolação total no que diz respeito ao Templo e a cidade de Jerusalém.
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