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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Alguns detalhes Sobre o Cerco de Jerusalém e do Templo

Mais uma vez, será citado:

Os atos de hostilidade cessaram por momentos na parte exterior de Jerusalém e por isso recomeçou uma guerra no seu interior. A quatorze de abril, quando os judeus celebram a festa da Páscoa, em memória da libertação da escravidão do Egito, Eleazar mandou abrir a porta do templo, para receber as pessoas do povo que quisessem vir adorar a Deus. João serviu-se dessa ocasião para executar uma empresa que sua impiedade lhe havia sugerido. Ordenou a alguns dos seus, que eram menos conhecidos e dos quais a maior parte eram profanos e na se importavam de se purificar, que escondessem as espadas sob as vestes e se misturassem com os que iam ao templo. Apenas lá entraram, tiraram os mantos e se apresentaram armados; suscitou-se imediatamente perturbação e tumulto, em todo o templo, e, ante tal estupefação o povo pensou que era um atentado contra ele; mas o do partido de Eleazar compreenderam que era a eles que se visava. Os que estavam encarregado da guarda das portas, abandonaram-nas; outros sem ousar colocar-se na defensiva, desceram dos lugares que haviam fortificado, para se esconder nos esgotos e o povo, que se havia retirado para junto do altar e em redor do templo, era calcado sob os pés, ferido a pauladas, e muitos foram mortos à espada. Aqueles assassinos tomavam como pretexto vingar-se dos inimigos que eram do partido contrário: era suficiente ter ofendido a qualquer um deles, para não poder evitar a morte. Depois de assim se terem apoderado da parte interior do templo, os três partidos ficaram reduzidos somente a dois, e João continuou mais atrevidamente ainda a fazer guerra a Simão.” (Ibidem. Livro Quinto. Capítulo 11, 388.). (Ibidem. p. 643.).


Em outros lugares foi escrito:

“Foram feitos prisioneiros durante esta guerra noventa e sete mil homens e o assédio de Jerusalém custou a vida de um milhão e cem mil homens, dos quais a maior parte, embora judeus de nação, não eram nascidos na Judéia, mas lá se encontravam de todas as províncias para festejar a Páscoa e haviam ficado presos na cidade por causa da guerra. Como não havia lugar para acomodá-los todos, sobreveio a peste e logo em seguida a carestia. Pode se julgar que era difícil que aquela cidade, sendo tão grande, estivesse de tal modo povoada, que não havia lugar para tanta gente, principalmente esses judeus vindos de fora, não há melhor prova para isso, do que o recenseamento feito no tempo de Céstio. Pois esse governador, querendo dar a conhecer a Nero que tinha tanto desprezo pelos judeus, a força de Jerusalém, rogou aos sacrificadores que contassem o povo. Eles escolheram o tempo da Páscoa no qual desde as nove horas até às onze, sem cessar imolaram-se vítimas, cuja carne era consumida pelas famílias, que não tinham menos de dez pessoas, algumas até vinte. ...” – (Ibidem. capítulo 45, 498.) – (Ibidem. p. 686).

“Um sacrificador de nome Jesus, filho de Tebute, a quem Tito tinha prometido salvar a vida, com a condição que lhe entregasse uma parte dos tesouros do templo, saiu e deu, do alto do muro do templo, dois candelabros, mesas, taças e alguns vasos de ouro maciço, muito pesados, como também véus, hábitos sacerdotais, pedras preciosas e vários vasos próprios para os sacrifícios.
Prenderam também, por esse tempo, Fineias, guarda do tesouro, e ele mostrou um lugar onde havia, em grande quantidade, hábitos e cintos dos sacrificadores, púrpura e escarlate destinados aos véus do templo, canela e cássia e outras matérias odoríferas, com que se faziam os perfumes que eram queimados nos turíbulos. Ele deu também várias outras coisas de grande valor, quer presentes oferecidos a Deus, como ornamentos do templo; seu proceder fez que ainda que ele tivesse sido aprisionado, fosse depois tratado como se tivesse entregado voluntariamente.” – (Ibidem. Capítulo 41, 490 e 491.) – (Ibidem. p. 685).

Portanto, “A quatorze de abril, quando os judeus celebram a festa da Páscoa, em memória da libertação da escravidão do Egito, Eleazar mandou abrir a porta do templo, para receber as pessoas do povo que quisessem vir adorar a Deus”, a cidade já estava praticamente sitiada pelo exército romano, comandado por Tito. Porque como foi escrito por Flávio Josefo:
Na noite seguinte a legião que estava em Emaús chegou e Tito partiu ao despontar do dia, chegando até Scopos, distante de Jerusalém apenas sete estádios do lado Norte, de onde se pode, de um lugar baixo, contemplar a beleza da cidade e a magnificência do templo. Ele ordenou a duas legiões que construíssem o acampamento; quanto à terceira, porque estava cansada da marcha que fizera durante a noite, ordenou que acampasse três estádios mais adiante, a fim de poder fortificar-se sem temor de ser perturbada pelos inimigos, em seu trabalho. Essas três legiões haviam apenas executado as ordens, quando a décima chegou de Jericó, onde Vespasiano, depois de ter tomado aquela praça, tinha posto uma parte de suas tropas como guarnição. Tito ordenou-lhe que acampasse a seis estádios de Jerusalém, do lado do Oriente e do monte das Oliveiras, que está em frente da cidade, separada pelo vale de cedrom.” – (Ibidem. Capítulo 8, 385.) – (Ibidem. p. 641.).

Um estádio equivale, aproximadamente, a 185 metros.
 A CRONOLOGIA DA DESTRUIÇÃO DO TEMPLO

O início do cerco de Céstio:
“Céstio, querendo aproveitar a confusão, marchou contra os revoltosos, pô-los em fuga e os perseguiu até Jerusalém. Acampou-se a sete estádios da cidade, em um lugar chamado Escopo; lá ficou três dias sem atacar, na esperança de que, durante esse tempo, eles voltassem ao dever e contentou-se em mandar seus soldados buscar trigo nas aldeias vizinhas.
No quarto dia, que era o dia treze de outubro, marchou, em boa ordem com, contra a cidade, com todo o se exército, e os judeus ficaram tão surpreendidos e tão atônitos com a disciplina dos romanos, que abandonaram a cidade e se retiraram ao templo. Céstio, depois de ter atravessado Beseta, Scenópolis e o mercado, a que chamam o mercado dos materiais, e tê-loincendiado, aquartelou na cidade alta, perto do palácio real; se tivesse então dado assalto, ter-se-ia apoderado de Jerusalém e teria posto fim à guerra. ...”
“... No sexto dia, Céstio, com um grande número de tropas escolhidas e de soldados que atiravam flechas, atacou o templo do lado do norte; os judeus lançaram-lhes dardos do alto dos pórticos e os obrigaram diversas vezes a recuar. ...” – (2ª Parte - Guerra dos Judeus contra os Romanos. Livro Segundo, capítulo 39, 220.). (JOSEFO, Flávio. HISTÓRIA DOS HEBREUS – Obra completa. 4ª ed. Rio de Janeiro – RJ, Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2000.  pp. 577-578.).

O final do cerco  de Céstio:
“... Isso aconteceu no oitavo dia de novembro do décimo segundo ano do reinado de Nero” - (Idem. Capítulo 40, 221, p. 579.).

O cerco de Tito à cidade de Jerusalém e ao Templo:
“...  Começaram por incendiar aquela parte da galeria que unia a fortaleza Antônia ...”. (Idem. Livro Sexto, capítulo 16, 452, p. 674.).

“Dois dias depois de, vinte e quatro de julho, os romanos incendiaram a mesma galeria. ...” - (Ibidem. 453, p. 674.).

“Quando Tito se retirou para a torre Antônia, resolveu atacar no dia seguinte pela manhã, dez de agosto, o templo, com todo o seu exército ...” - (Idem. Livro Sexto, capítulo 26, 465, p. 678.).

“... Não poderíamos porém, nos não admirarmos assaz, de que a destruição desse incomparável templo, tenha acontecido no mesmo mês e no mesmo dia em que os babilônicos outrora o haviam também incendiado. Esse segundo incêndio aconteceu no segundo ano do reinado de Vespasiano, mil cento e trinta e sete anos, sete meses e quinze dias depois que o rei Salomão o havia construído pela primeira vez; seiscentos e trinta e nove anos, quarenta e cinco dias depois que Ageu o tinha feito restaurar, no segundo ano do reinado de Ciro.” – (Ibidem. Livro Sexto, capítulo 27, 470) – (Ibidem. p. 679.).

Segundo o profeta jeremias, a data é a seguinte:

No décimo dia do quinto mês, do ano décimo nono de Nabucodonosor, rei da Babilônia, Nebuzaradã, o chefe da guarda e servidor do rei da Babilônia, veio a Jerusalém. E queimou a Casa do SENHOR e a casa do rei, como também todas as casas de Jerusalém; também entregou às chamas todos os edifícios importantes”. (Jer. 52:12-13 – ARA).

Esse quinto mês, de acordo com o Calendário religioso (porque diz respeito ao Santuário), corresponde aos meses de julho/agosto (o mês de Abe, que possui 30 dias).

Portanto, desde o dia treze de outubro, quando Céstio (governador da Síria) e todo o seu exército, marcharam contra Jerusalém, no ano 66 d. C. (o décimo segundo ano de Nero), até o incêndio do Templo de Jerusalém, no décimo dia do quinto mês (que corresponde ao dia 10 do mês de agosto), no ano 70 d. C. (no segundo ano do reinado de Vespasiano), temos exatamente três anos nove meses e vinte e sete dias (1.377 dias). Se contarmos a partir do dia oito de novembro (ano 66 d. C.), o final do cerco de Céstio, até o décimo dia do quinto mês do ano 70. d. C., teremos três anos nove meses e dois dias (1.352 dias).

A CRONOLOGIA DA DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM


O início do cerco de Céstio:
“Céstio, querendo aproveitar a confusão, marchou contra os revoltosos, pô-los em fuga e os perseguiu até Jerusalém. Acampou-se a sete estádios da cidade, em um lugar chamado Escopo; lá ficou três dias sem atacar, na esperança de que, durante esse tempo, eles voltassem ao dever e contentou-se em mandar seus soldados buscar trigo nas aldeias vizinhas.
No quarto dia, que era o dia treze de outubro, marchou, em boa ordem, contra a cidade, com todo o se exército, e os judeus ficaram tão surpreendidos e tão atônitos com a disciplina dos romanos, que abandonaram a cidade e se retiraram ao templo. Céstio, depois de ter atravessado Beseta, Scenópolis e o mercado, a que chamam o mercado dos materiais, e tê-lo incendiado, aquartelou na cidade alta, perto do palácio real; se tivesse então dado assalto, ter-se-ia apoderado de Jerusalém e teria posto fim à guerra. ...”
“... No sexto dia, Céstio, com um grande número de tropas escolhidas e de soldados que atiravam flechas, atacou o templo do lado do norte; os judeus lançaram-lhes dardos do alto dos pórticos e os obrigaram diversas vezes a recuar. ...” – (2ª Parte - Guerra dos Judeus contra os Romanos. Livro Segundo, capítulo 39, 220.). (JOSEFO, Flávio. HISTÓRIA DOS HEBREUS – Obra completa. 4ª ed. Rio de Janeiro – RJ, Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2000.  pp. 577-578.).

O final do cerco  de Céstio:
“... Isso aconteceu no oitavo dia de novembro do décimo segundo ano do reinado de Nero” - (Idem. Capítulo 40, 221, p. 579.).

“Foi a oito de setembro que Jerusalém, depois de ter sofrido tantos males, por fim, desapareceu sob o violento incêndio ...” – (Idem. Capítulo 42, 495, p. 686.).

Em outro lugar diz:
“Assim terminou Jerusalém, no dia oito de setembro, no segundo ano do reinado de Vespasiano. ...” – (Idem. Capítulo 47, 500, p. 687.).

De acordo com os registros históricos, o primeiro ano do reinado de Vespasiano, foi o ano 69 (a partir de primeiro de julho). Portanto, o segundo ano do seu reinado, foi o ano 70.
Portanto, a partir do início do cerco de Céstio (governador da Síria) com o seu exército, a Jerusalém, no dia treze de outubro do ano 66 d. C. (o décimo segundo ano de Nero), até à destruição da cidade de Jerusalém, no dia oito de setembro (no segundo ano do reinado de Vespasiano), teremos, exatamente, três anos, dez meses e vinte cinco dias (1.405 dias). Se contarmos a partir do dia oito de novembro do ano 66 d. C., até o dia oito de setembro do ano 70 d. C., teremos, três anos e dez meses (1.380 dias).


A DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM


“Depois que o exército romano, que jamais se cansaria de matar e de saquear, nada mais achou em que saciar o seu furor, Tito ordenou que a destruíssem, até os alicerces, com exceção de um pedaço do muro, que está do lado do Ocidente, onde ele tinha determinado construir uma fortaleza e as torres de Hípicos, de Fazael e de Mariana, porque, sobrepujando a todas as outras em altura e em magnificência, ele as queria conservar para mostrar à posteridade, quão grandes foram o valor e a ciência dos romanos na guerra, para se apoderarem daquela poderosa cidade, que se tinha elevado a tal grau de glória. Essa ordem foi tão exatamente cumprida que não ficou sinal algum, que mostrasse haver ali existido um centro tão populoso. Tal foi o fim de Jerusalém, cuja triste sorte só se pode atribuir à raiva daqueles revoltosos que atearam o fogo na guerra.” - (Livro Sétimo. Capítulo 1, 501.). (Ibidem. pp. 688.).

Quando terminou a destruição do Templo e da Cidade de Jerusalém, Tito já era literalmente um príncipe, pois o seu pai, Vespasiano tornara-se o Imperador, antes mesmo do cerco de Jerusalém. Cumprindo-se a profecia de Dan 9:25:
“... E a cidade e o Santuário serão destruídos por um príncipe que virá. Seu fim será no cataclismo (we ‘ad qēts mi lechāmâ) - e, até o fim da guerra, (nechěretset) - estão determinadas assolações”.

Sobre Vespasiano, na História está registrado o seguinte: 

No ano 67, na idade de cinqüenta e cinco anos, foi Vespasiano encarregado do comando em chefe das legiões romanas na Judéia. Seu filho Tito acompanhava-o na qualidade de lugar-tenente. Ocupou Vespasiano a Galiléia e Samaria. Desenrolaram-se heróicos combates perto do lago de Genesaré. O monte Tabor e a fortaleza de Jotapata foram tomados. Durante o sítio, foi Tito o primeiro romano que transpôs os muros que cercavam a cidadela.
O defensor de Jotapata chamava-se José bem Matatias. Quando a cidade foi tomada de assalto, conseguiu salvar-se e dirigiu-se ao acampamento dos romanos. Acorrentado, levaram-no à presença de Vespasiano. Pronunciou então palavras proféticas:
─ Hoje, carregas-me de ferros. Mas dentro de um ano, imperador, tu me libertarás de minhas cadeias.
José bem Matatias, padre e profeta, entrou na história sob o nome de Josefo. Devemos-lhe numerosas informações relativas à sua época. Emigrou para Roma, tornou-se cidadão romano e escreveu as célebres Antiguidades Judaicas, a história do povo judeu, desde suas origens até o ano de 66 depois de J. C.
A profecia do grande visionário cumpriu-se no verão do ano de 69. A primeiro de julho, foi Vespasiano proclamado imperador pelas legiões de Alexandria e a 3 pelo exército da Judéia.” – (LISSNER, Ivar. Os Césares - Apogeu e Loucura. 2ª ed. Belo Horizonte - MG, Livraria Itatiaia Limitada, 1964. p. 196.).

Sobre Tito, também está registrado na História:

 “... Em 70, pôs Tito cerco a Jerusalém. Composta da cidade baixa, da cidade alta e do Templo, todos três fortificados, foi preciso tomá-los de assalto um após outro.  ...” – (Ibidem. p. 200).

Esses acontecimentos que envolveram o Templo e a cidade de Jerusalém, são os cumprimentos das profecias de Dan 8:11 (última parte): “Então, foi derrubado o alicerce (a base) do Seu Santuário”. Bem como Dan. 9:26 e 27.

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