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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

As Abominações Cometidas Pelos Judeus no Lugar Santo

Outros ladrões deixaram os campos, para lançar-se sobre Jerusalém, unindo-se aos primeiros, que eram ainda piores do que eles. Não se contentavam de roubar e de assaltar, sua crueldade chegava ao assassínio; sua ousadia era tal que o cometiam à luz do dia, sem poupar nem mesmo às pessoas de condição. Começaram por prender Antipas, que era de família real e ao qual estava confiada a guarda do tesouro público, como o primeiro de todos, em dignidade. Trataram do mesmo modo Levias e Sophas, filho de Raguel, que também eram de família real e outras pessoas muito importantes. Essa horrível insolência, lançou tal terror no espírito do povo, que como se a cidade já tivesse sido tomada, todos só pensavam em fugir.”

Aqueles celerados foram ainda além. Julgaram que haveria perigo para eles, se retivessem por mais tempo homens tão ilustres ... Resolveram então fazê-los morrer e mandaram um deles, de nome João, ou melhor Dorcas, com outros matá-los na prisão. ...”.
No temor e no abatimento em que o povo se encontrava, a presunção e o poder desses rebeldes chegou a tal excesso que eles ousaram mesmo dispor da grã-sacrificadura. Afastavam as famílias que tradicionalmente a possuíam, sucessivamente e constituíam nessa alta dignidade, pessoas sem nome, nem descendentes ilustres, a fim de torná-las cúmplices de seus crimes; homens indignos de tão grande honra podiam recusar-se a obedecer aos que os haviam elevado àquele cargo. ... Mas ainda não era muito para esses malvados, manifestar aos homens tantos efeitos de seu favor; sua horrível impiedade levou-os a ofender a Deus, entrando com os pés manchados e armas criminosas no Santuário. O povo, então, sublevou-se contra eles, a conselho do grão-sacrificador Anano, não menos vulnerável por sua idade, do que por sua grande sabedoria e pela elevação da sua dignidade e que teria sido capaz de impedir a ruína de Jerusalém, se não tivesse caído na cilada que aqueles celerados lhe armaram.” – (Ibidem. Capítulo 11, 301 e 302.). (Ibidem. p. 614.).

O Partido dos Zeladores e as Abominações

Os zeladores (pois esses ímpios devam-se a si mesmos tal nome) para se salvar dos efeitos da ira do povo, fugiram para o templo e lá fizeram sua fortaleza, estabelecendo nele a sede de seu governo tirânico. Dentre tantos males que causavam, nada era tão intolerável quanto seu desprezo pelas coisas santas. Para experimentar até onde poderiam chegar suas forças e o temor do povo, tentaram servir-se da sorte para escolher o grão-sacrificador, afirmando que assim se fazia antigamente, quando tal dignidade era hereditária; aboliam a lei para estabelecer sua injusta autoridade. Mas eles ficaram confundidos em sua malícia, pois tendo feito lançar a sorte sobre uma das famílias da tribo, consagrada a Deus, caiu a mesma sobre Fanias, filho de Samuel, da aldeia de Hafrasi, que não somente era indigno de tal cargo, mas ainda tão rústico e tão ignorante, que nem sabia o que era o sacerdócio. Contra sua vontade tiravam-no de suas ocupações do campo e o revestiam dos hábitos sacerdotais, que lhe assentavam muito mal, quase como se estivessem vestindo um ator de teatro;  ... Os verdadeiros sacrificadores, olhando de longe essa comédia e de que modo se calcava aos pés a honra devida às coisas santas, não puderam reter as lágrimas, nem o povo suportou por mais tempo tão horrível insolência; todos sentiram-se inflamados pelo mesmo ardor, para se libertarem de tal tirania.
Goriom, filho de Josefo e Simão, filho de Gamaliel, mostraram-se os mais entusiastas. Exortaram a cada qual em particular e a todos em geral, a castigar àqueles usurpadores, pelos seus excessos e a vingar a afronta feita a Deus pelos profanadores de seu santo Templo. ...” – (Ibidem. Livro Quarto, capítulo 12, 303 e 304.). (Ibidem. p. 614.).

“Por mais irritada, porém, que estivesse a multidão contra homens tão detestáveis não se resolvia a atacá-los, porque os julgava muito fortes, e temia não poder fazê-lo com resultado. Então o grão-sacrificador Anano, fitando o templo, com os olhos marejados de lágrimas, assim lhe falou: ‘Não devia eu morrer, antes que ver a casa de Deus manchada, com tanta abominação e celerados calcarem aos pés os santos lugares, que deveriam ser inacessíveis mesmo aos homens de bem? ... Vendo, como vedes, profanar as coisas sagradas, conservais respeito para com esses inimigos declarados do que merece mais que tudo ser reverenciado, por esses demônios em carne, a quem nada impede cometer crimes ainda maiores, do que aqueles que, no auge da impiedade eles não poderiam cometer? Ocupando o templo, eles ocuparam o lugar mais forte da cidade e ao qual o sagrado nome que tem, não impede de ser uma verdadeira fortaleza. Tendo assim escolhido esse lugar sagrado, para lá estabelecer a sede de sua tirânica dominação e tendo-vos o pé sobre a garganta, dizei-me eu vos peço, quais os vossos pensamentos e as vossas intenções. Esperais que os romanos venham em vosso auxílio, para restituir à santidade desse templo seu primitivo esplendor e seu antigo brilho, ...? Oh! Não podemos tolerar ter como senhores, os dominadores do mundo e suportaremos, como tiranos, os da nossa própria nação. ... Poder-se-ia contemplar com os olhos enxutos os judeus despojarem o templo dos dons que os romanos mesmo ofereceram, ... Esses soberbos conquistadores jamais ousaram pôr os pés naqueles lugares, cuja entrada é proibida aos profanos. Eles honraram nossos santos costumes e só contemplaram de longe, com respeito, essa casa santa. E, homens nascido entre nós, instruídos nos nossos costumes e que têm o nome de judeus, com as mãos ainda tintas de sangue de seus concidadãos, têm a ousadia de entrar nesses lugares, cuja santidade devê-los-ia fazer tremer. ... Falando segundo a verdade, não podemos dizer que os romanos foram os protetores de nossas leis, ao passo que esses ímpios, educados em nosso meio, lhes são os violadores? ...’.” – (Ibidem. Capítulo 13, 306.). (Ibidem. pp. 615-616.).

“Anano, vendo o povo tão bem disposto, escolheu os que julgou mais aptos para tal empresa e os organizou. Os zeladores, que tinham espiões, foram avisados de sua intenção; atacaram-nos com pequenas tropas e confusamente e não perdoaram a um só dos que puderam apanhar. ... Os zeladores tinham a vantagem de estar acostumados a obedecer aos seus chefes.
O primeiro combate travou-se perto do templo, a pedradas; os que fugiam eram mortos a golpes de espadas, pelos inimigos. Assim, muitos, de ambos os lados, foram mortos na luta; os feridos, do lado dos habitantes, eram levados para suas casas, os zeladores levavam os seus para o templo, sem temer violar a santidade de nossa religião, manchando-o de sangue. Mas os zeladores tinham sempre vantagem.
... Anano perseguiu-os com entusiasmo e os obrigou a abandonar o primeiro recinto que ocupavam, para se retirar no interior e fechar as portas santas, O respeito de Anano por aquelas portas santas, fez que não ousassem arrombá-las; embora os zeladores lançassem dardos, do alto, ele não julgou, em consciência, poder, quando mesmo os tivesse vencido, permitir que o povo entrasse no templo, antes de ser purificado. ...” - (Ibidem. Capítulo 14, 308 e 309.). (Ibidem. pp. 616-617.).

Assim, o partido do povo era o mais forte; mas João, que sabemos ter fugido de Giscala, foi a causa de sua ruína. Como ele era muito mau e tinha desmedida ambição, havia muito tempo que acariciava a idéia de erguer sua fortuna particular, sobre as ruínas da pública. Para conseguir o seu intento, fingiu unir-se a Anano e querer secundar seu zelo. Por esse motivo assistia, durante o dia, com os seus auxiliares mais importantes a todas as suas reuniões e conselhos e visitava de noite todos os guardas; depois informava os zeladores de tudo o que se passava e os tinha bem avisados de que o povo não tomaria uma deliberação qualquer, sem que ele logo lha comunicasse ... e ainda Anano, vendo que os inimigos eram avisados de tudo, por fim, veio a suspeitar dele. Mas era difícil e mesmo impossível afastá-lo, tanto ele era esperto e conseguira conquistar a confiança dos que tinham a direção de todos os negócios. Assim, julgou-se que o melhor que se podia fazer era obrigá-lo com juramento a ser fiel ao povo, a conservar em segredo todas as deliberações e a servir-se delas, com todas as suas forças, contra os rebeldes. O traidor não hesitou em fazer o juramento; então Anano e os outros, confiando na sua palavra, não somente não fizeram dificuldade em admiti-lo em todos os conselhos, mas o escolheram para levar aos zeladores propostas de um acordo, tanto temiam que, por sua culpa, o templo fosse manchado com o sangue de algum dos judeus. O pérfido homem foi falar com os zeladores e fez um papel totalmente contrário. ... disse-lhes que não havia perigos aos quais não se havia exposto para informá-los de todos os intentos de Anano e vinha avisá-los ... porque Anano tinha persuadido o povo a pedir auxílio a Vespasiano, rogando-lhe que viesse imediatamente tomar posse da cidade e tinha declarado que no dia seguinte todos se purificariam, ...
João com estas palavras falsas e fingidas, lançou o terror no espírito dos zeladores; não lhes declarou abertamente qual o socorro com que eles se deveriam fortalecer; entretanto, via-se que ele queria falar dos idumeus. Dizia em particular aos chefes dos zeladores que Anano era um homem cruel e que era principalmente deles que ele se tinha resolvido vingar. Eleazar, filho de Simão, e Zacarias, filho de Anficano, ambos de família sacerdotal, eram dos principais chefes e nenhum outro era tão importante como Eleazar, quer pela prudência quer pela ação. ... Mas, por fim, determinaram pedir o auxílio dos idumeus ...” – (Ibidem. Capítulo 15, 310 e 311.). (Ibidem. pp. 617-618.).

Ante o aviso de que os idumeus estavam para chegar, Anano resolveu não os deixar entrar na cidade e colocou guardas nas defesas e nas trincheiras. Não julgou, entretanto, conveniente tratá-los como inimigos, mas procurou com razões levá-los à paz; ... Como, ao contrário, esses poucos homens, encerrados no templo, sem poder sair para entrar na cidade, como poderiam ter tido conhecimento do que se estava tratando secretamente? ... ” - (Ibidem. Capítulo 16, 312.). (Ibidem. pp. 618-619.).

“Os idumeus, durante a tempestade, uniram-se apertando-se uns contra os outros, cobrindo-se com seus escudos. Os zeladores, ... reuniram-se para deliberar sobre os meios de ajudá-los. Os mais ousados propuseram atacar o corpo de guarda dos sitiantes e depois de os terem repelido, abrir as portas da cidade aos idumeus. ...”

“... Mas os zeladores disseram-lhes que, como eles tinham vindo para socorrê-los, deviam começar por libertar os que estavam encerrados no templo e que depois de ter dizimado o corpo de guarda dos sitiantes, ser-lhes-ia fácil apoderar-se da cidade; ... Os idumeus aceitaram essa advertência, entraram, pela cidade, no templo e seguidos por aqueles que lá os esperavam com tanta impaciência, tornaram a sair imediatamente para juntos atacarem o corpo da guarda dos sitiantes. ...” - (Ibidem. Capítulo 17, 317, 318.). (Ibidem. pp. 620-621.).

Tanto sangue derramado não satisfez o furor dos idumeus; eles continuaram a derramá-lo por toda a cidade; saquearam as casas e mataram a todos os que encontraram. Pouparam somente o povo, da camada mais baixa, porque não o julgavam digno de sua cólera; eram principalmente os sacrificadores o objeto de sua vingança. Apenas caíam-lhes nas mãos, eram logo mortos; calcaram aos pés os corpos de Anano e de Jesus, verberando primeiro o afeto que o povo lhe tinha, e ao outro, o discurso que ele tinha feito de uma das torres da cidade. Sua impiedade chegou a ponto de lhes recusarem a sepultura, ...” - (Ibidem. Capítulo 18, 319.). (Ibidem. pp. 621-622.).

Por fim, aqueles tiranos, cansados de derramar tanto sangue, fingiram querer observar alguma forma de justiça e tendo determinado fazer morrer Zacarias, filho de Baruque, porque, além de sua ilustre origem, sua virtude, sua autoridade, seu amor pelos homens de bem e seu ódio pelos maus, tornavam-no temível a eles mesmos e suas grandes riquezas eram um grande incentivo para sua ambição. Escolheram setenta dos mais notáveis dentre o povo que constituíram aparentemente juízes, mas sem lhes dar, na verdade, poder algum. ...”
“... Assim permitiram a esse setenta juízes que se pronunciassem e não havendo um só deles que não preferisse se expor à morte do que ao remorso de ter condenado um homem de bem, pela maior de todas as injustiças, todos a uma voz declararam-no inocente. Ao ouvirem tal sentença os zeladores soltaram um grito de furor. Sua raiva não pôde tolerar que aqueles juízes não houvessem compreendido, que o poder que lhes haviam dado era imaginário, e do qual não queriam que eles fizessem uso algum; dois dos mais ousados daqueles homens atiraram-se sobre Zacarias e o mataram no meio do templo, insultando-o ainda, depois de morto, dizendo com a mais cruel de todas as zombarias: ‘Recebe esta absolvição que nós te damos e que é muito mais garantida que não a outra.’ ... Os setenta juízes foram expulsos indignamente a golpes de espada para fora do templo, ...” - (Ibidem. Capítulo 19, 321.). (Ibidem. pp. 622-623.).

Os idumeus, não podendo aprovar tantos excessos, e tão horríveis, começaram a se arrepender de ter vindo. Um dos zeladores advertiu-os secretamente de tudo o que acontecia. Disse-lhes que era verdade que eles tinham tomado as armas porque lhes haviam feito crer que os habitantes queriam entregar a cidade aos romanos; mas que não se havia encontrado a menor prova dessa pretensa traição e que aqueles que queriam passar por defensores da liberdade, tendo ateado o fogo da guerra civil, exerciam tal tirania, que seria para se desejar que eles tivessem sido contidos desde o começo. Mas como se haviam entregue, com eles a tais crimes, seria pelo menos necessário procurar um fim a tantos males e não fortalecer àqueles que tinham determinado subverter todas as leis de seus antepassados; ... As palavras e as razões desse zelador persuadiram os idumeus e eles resolveram regressar, começando por dar liberdade a dois mil habitantes que se uniram a Simão, do que falaremos em seguida.” - (Ibidem. Capítulo 20, 322.). (Ibidem. p. 623.).

No entanto, os oficiais das tropas romanas, que tinham os olhos abertos a tudo o que se passava em Jerusalém, julgando que se devia aproveitar de uma divisão tão favorável para eles, insistiam com Vespasiano, seu general, que não a deixasse escapar. ... O grande general respondeu-lhes que aquele ardor em enfrentar o perigo sem considerar o que era mais útil, era uma prova de sua coragem; mas que a prudência o obrigava a dela usar de outro modo, ‘porque’, acrescentou ele ‘que se nos apressarmos em atacá-los, nós os obrigaremos a se reunir para voltar contra nós todas as suas focas, que são ainda muito fortes; ao passo que se nós o diferimos, elas continuarão a se enfraquecer por meio dessa guerra doméstica, que já começou diminuí-las. Não vedes que Deus, que luta por nós, quer que lhe sejamos devedores dessa vitória sem que nos faça correr perigo algum? Quando a guerra civil que é o maior de todos os males leva os inimigos até esse excesso de furor, a se degolarem reciprocamente, que temos nós a fazer senão continuar como espectadores de tão sangrenta tragédia e por que nos expormos ao perigo para combatermos pessoas que já se destroem a si mesmas? Se alguém imagina que uma vitória obtida sem combater não deveria ser tida como gloriosa, aprenda que as vicissitudes da guerra, sendo incertas, a verdadeira glória consiste em se servir das vantagens que podem fazer obter o intento pelo qual se tomaram as armas: e assim a prudência não é menos louvável do que o valor, quando produz o mesmo efeito. ... estas razões, de um chefe tão prudente, persuadiram a todos os oficiais e os fizeram estimar ainda mais sua admirável sabedoria.” - (Ibidem. Capítulo 21, 325.). (Ibidem. pp. 624-625.).

Mui depressa se constataram os efeitos dessa prudente ação de Vespasiano, pois muitos judeus vinham todos os dias entregar-se a ele, para evitar o furor dos zeladores, não sem grande dificuldade e sem grande perigo, porque todas as portas e avenidas de Jerusalém estavam mui cuidadosamente guardadas e eles matavam a todos os que por qualquer pretexto procurassem sair, quando houvesse motivo de se suspeitar que era para esse fim. O único meio de conservar a vida era resgatá-la por meio de dinheiro. ... Aqueles homens animados pelos demônios, não se contentavam de calcar aos pés tudo o que é mais digno de respeito; eles zombavam do mesmo Deus e tomavam como loucura e ilusão, as predições dos profetas. Mas, as conseqüências fizeram-lhes ver que eram mui verdadeiras. Aqueles celerados foram os executores da predição feita há muito tempo, de que, depois de uma grande divisão, Jerusalém seria tomada e depois que os que mais deviam respeitar o templo de Deus, o tivessem profanado com sua impiedade ele seria queimado e reduzido a cinzas, por aqueles aos quais as leis da guerra permitiam usar como lhes aprouvesse de sua vitória”. - (Ibidem. Capítulo 22, 326.). (Ibidem. p. 625.).

O Partido de João de Giscala e as Abominações

Como João há muito tempo aspirava a um governo tirânico, ele não podia tolerar que outros compartilhassem com ele da autoridade. Assim, separou-se deles, depois de ter trazido para o seu partido, os que a impiedade tomava capazes dos maiores crimes e não querendo mais obedecer a ninguém, ele dava ordens com firmeza e severidade, sem deixar lugar de dúvidas, de que ele estava resolvido a usurpar o soberano poder. ... Assim eles se dividiram em dois partidos, de um dos quais João ficou sendo o chefe. Sendo partidos opostos por vezes chegaram a lutas e guerrilhas que não passavam de ligeiras escaramuças; seus maiores empreendimentos eram contra o povo e eles pareciam porfiar quem saquearia mais.”
Assim estava Jerusalém tão amargurada e oprimida ao mesmo tempo pela guerra e pela tirania, pela contestação de dois partidos; a guerra, por mais temível que fosse, parecia o mais suportável dos três males; os habitantes deixavam suas casas para refugiar-se junto dos romanos e procurar na compaixão de um povo estrangeiro, a segurança que não podiam encontrar entre os de sua própria nação.” - (Ibidem. Capítulo 23, 327, 328.). (Ibidem. pp. 625-626.).

A estes três tão grandes males de que acabamos de falar, juntou-se um quarto que também contribuiu para a ruína de nossa pátria. Havia perto de Jerusalém um castelo assaz forte, de nome Massada, que nossos reis tinham outrora mandado construir, para lá guardarem seus tesouros, muitas armas e também para segurança de suas pessoas. Os siscários, ou assassinos, não eram em número tal que os levasse a cometer seus crimes abertamente, por isso matavam a traição; apoderaram-se dessa fortaleza e vendo que o exército romano estava em descanso, e que os judeus se digladiavam em Jerusalém, imaginaram empreender coisas em que jamais haviam pensado, nem ousado fazer. Assim, na noite da festa da Páscoa, ... esses assassinos atacaram de improviso a pequena cidade de Engedi antes que os habitantes tivessem tido tempo de tomar as armas, mataram mais de setecentos deles, ...  saquearam todas as casas e levaram todos os despojos para Massada. Trataram do mesmo modo todas as aldeias e todas as vilas dos arredores; seu número crescia cada vez mais e não havia um lugar sequer na Judéia que não estivesse naquele tempo exposto a toda sorte de depredação. ... Assim, podia-se dizer que não havia um lugar sequer na Judéia que não participasse dos males que faziam Jerusalém perecer.” - (Ibidem. Capítulo 24, 329.). (Ibidem. p. 626.).

O Chamado de Simão Para Combater o Partido de João


Entretanto, surgiu uma nova guerra entre os judeus. Simão, filho de Gioras, originário de Gerasa, não era tão astuto quanto João, que se tinha apoderado de Jerusalém, mas era mais jovem, mais forte e ainda mais ousado que ele. O grão-sacrificador Anano o tinha expulsado por esse motivo da toparquia de Acrabatana, de que ele era o governador e ele se havia juntado aos ladrões que haviam ocupado Massada. ...
Os zeladores, para impedi-lo e não permitir que ele se fortificasse ainda mais, saíram em grande número para atacá-lo. Ele veio corajosamente contra eles, combateu-os, matou a muitos e pôs os restantes em fuga.
Não se julgando ainda, entretanto, bastante forte para sitiar Jerusalém, ele quis antes de se arriscar em tão grande empresa, dominar a Iduméia; com esse fim, marchou contra ela com vinte mil homens. Os idumeus reuniram vinte e cinco mil soldados dos melhores e deixaram o reto para resistir às incursões daqueles ladrões, que estavam refugiados em Massada. ... Travou-se o combate que durou desde a manhã até à noite, sem que pudessem dizer de que lado pendia a vitória. ...
Os idumeus, temendo as forças de Simão, quiseram, antes de travar combate, examinar o estado de suas tropas. Tiago, um de seus chefes, ofereceu-se para ir lá, para atraiçoá-lo. ... prometeu a Simão entregar-lhe o país, ...Simão partiu imediatamente; e quando esse pérfido homem o viu aproximar-se, fugiu com todos os do seu partido e lançou assim tal terror no exército, que todos só pensaram em fugir, como ele, sem ousar combater.” - (Ibidem. Capítulo 30, 344, 345, 346.). (Ibidem. pp. 630-631.).

Estes atos de tão cruel hostilidade incitaram ainda mais os zeladores contra Simão; mas eles não ousaram declarar-lhe uma guerra aberta. Contentaram-se em armar ciladas em todos os caminhos e por esse meio prenderam sua mulher e vários domésticos. Levaram-no a Jerusalém, com tanta alegria, como se o tivessem aprisionado a ele mesmo, alegrando-se com a esperança de que ele deixaria as armas, para reaver sua esposa. Mas a cólera de Simão superou-lhe a dor de vê-la escrava. Ele chegou até às portas de Jerusalém e como um animal feroz, quando não se pode vingar dos que o feriram, descarrega sua raiva sobre tudo o que encontra, ele apanhava a todos, moços e velhos, que saíam da cidade para colher ervas ou apanhar lenha e os mandava açoitar até morrer, com tanta crueldade que só faltava, ao seu furor, saciar-se com suas carnes, depois de lhes ter tirado a vida. Para horrorizar ainda mais seus inimigos e obrigar o povo a abandoná-los, mandou cortar as mãos de vários e nesse estado os tornou a mandar para a cidade, com ordem de dizer publicamente que ele tinha jurado por Deus vivo, que se eles não lhe restituíssem imediatamente sua esposa, ele entraria na cidade pela brecha e trataria a todos os habitantes do mesmo modo, como os havia tratado, sem distinção de idade e sem fazer diferença entre inocentes e culpados. Essas ameaças espantaram o povo de tal modo, e mesmo os zeladores, que eles lhe restituíram a mulher; acalmando-se assim sua cólera, ele deixou de cometer tantos assassínios.” - (Ibidem. Capítulo 31, 348.). (Ibidem. pp. 631-632.).

Depois que Simão reconquistou sua mulher voltou seu furor contra o que restava dos idumeus. Perseguiu-os de tal modo, que estando reduzidos ao desespero, vários fugiram para Jerusalém. Ele os perseguiu até às muralhas e lá matou os que voltavam do campo, quando pretendiam entrar na cidade. Assim, Simão era, no exterior, mais temível aos habitantes do que os romanos, e os zeladores eram-no, no interior, muito mais que os romanos e Simão.
Por mais horrível que fosse sua desumanidade e seu furor, os galileus as aumentavam ainda mais e João inspirava-lhes novos meios de a praticar, pois nada havia que ele não lhes permitisse, como gratidão pelo favor que lhe haviam feito, tendo-o elevado a tão grande poder. ...”

Entretanto, os idumeus que tinham abraçado o partido de João, invejando seu poder e não podendo tolerar sua crueldade, insurgiram-se contra ele. Travou-se um combate, mataram a muitos dele, impeliram-no até quase o palácio, construído por Grapta, primo de Izate, rei dos adiabenianos, que João havia escolhido para sua residência e onde guardava todo seu dinheiro, com o produto dos roubos e saques, que eram efeito de sua tirania; entraram lá com ele e o obrigaram a se retirar ao templo; voltaram depois para saquear o palácio. Os zeladores então que estavam esparsos pela cidade, foram juntar-se aos que estavam no templo e João preparava-se para dar um ataque ao povo e aos idumeus. Não era isso que eles temiam, porque os superavam de muito em número; seu único temor era que ele atacasse de noite e incendiasse a cidade. Reuniram-se para esse fim com os sacrificadores para deliberar o que deveriam fazer. Mas Deus confundiu seus desígnios, pois eles recorreram a um remédio muito mais perigoso que o mesmo mal. Resolveram receber Simão para opô-lo a João; mandaram Matias, sacrificador, rogar-lhe que entrasse na cidade e fizeram assim seu tirano àquele mesmo ao qual tanto tinham temido. Os que haviam fugido da cidade para evitar o furor dos zeladores uniram suas súplicas às de Matias, pelo desejo que tinham de voltar às suas casas e ao gozo de seus bens. Simão respondeu altivamente e como senhor, que aceitava o seu pedido; entrou na cidade na qualidade de libertador e o povo recebeu-o com grandes aclamações; isto aconteceu no terceiro mês a chamamos de Xantico. Vendo-se assim em Jerusalém, ele só pensou em consolidar a sua autoridade e não considerava menos como inimigos os que o haviam chamado, do que aqueles contra os quais eles haviam recorrido ao seu auxílio.
João, ao contrário, perdia as esperanças de salvação, porque se via encerrado no templo e Simão tinha acabado de saquear tudo o que restava na cidade. Este, confortado com o auxílio do povo, atacou o templo; mas os sitiados, que se defendiam de cima dos pórticos e de outros lugares que haviam fortificado, repeliram-no, mataram e feriram a muitos dele, porque tinham a vantagem de combater de um lugar mais elevado e particularmente de quatro grandes torres que tinham construído; ...” - (Ibidem. Capítulo 353-356.). (Ibidem. pp. 632-633.).

O Partido de Eleazar (Filho de Simão) e as Abominações

Depois que Tito, como vimos, atravessou os desertos que estão entre o Egito e a Síria, chegou a Cesaréia para ali reunir novas tropas. Enquanto ele ainda estava em Alexandria, onde, com Vespasiano, seu pai, ocupava-se em organizar todos os interesses da cidade e do império que Deus lhes havia entregue, formou-se em Jerusalém um terceiro partido. ...
Vimos, pelo que eu acabo de relatar, o início e o crescimento progressivo do partido dos zeladores, que tendo usurpado o poder foram a primeira causa da ruína de Jerusalém. Este partido dividiu-se e produziu um terceiro, como um animal feroz, que volta seu furor contra si mesmo, quando, em sua raiva, não encontra nada que lhe possa resistir.
Eleazar, filho de Simão, que desde o princípio, havia, no templo, incitado os zeladores contra o povo, não sentia menor prazer do que João em manchar suas mãos de sangue; e como ele não podia tolerar sem ira que ele se tivesse apoderado do governo, porque ele também desejava, separou-se dele, com o pretexto de não poder suportar por mais tempo sua ousadia e insolência. ... seguido por muitos zeladores, ocupou a parte interna do templo e colocou suas armas sobre as portas sagradas, com a persuasão de que nada lhes faltaria, porque se faziam oblações contínuas as quais sua impiedade não receava empregar para usos profanos. ... João, ao contrário, possuía muitos homens; mas eles tinham sobre ele a vantagem da elevação do lugar que o continham de tal modo, que ele não se deixava levar pelo ardor a atacá-los. Mas não podia conter-se totalmente, embora se retirasse sempre com perdas; o templo estava todo conspurcado por assassínios.
Por outro lado, Simão, filho de Gioras, que o povo, no desespero, havia chamado em seu auxílio e não tivera receio em receber como tirano, tendo ocupado a cidade alta e a maior parte da cidade baixa, atacava João, tanto mais corajosamente quanto o via empenhado também em sustentar a luta contra Eleazar. Mas como João tinha as mesmas vantagens sobre Simão, que Eleazar tinha sobre ele, porque assim como a parte exterior do templo era dominada pela superior, ela dominava a cidade e ele não tinha grande dificuldade em repelir Simão; ele empregava para se defender de Eleazar, longos pedaços de pau e máquinas que atiravam pedras. E por esse meio não somente matava a muitos partidários de Eleazar, mas também muitas pessoas que vinham oferecer sacrifícios. ... Viam-se assim pessoas que vinham dos extremos do mundo para adorar a Deus naquele lugar sagrado, cair mortas com suas vítimas e banhar com seu sangue o altar, cultuado não somente pelos gregos, mas ainda pelas nações mais bárbaras. ...” - (Livro Quinto. Capítulo 1, 375, 376,.). (Ibidem. p. 638.).

“Ao partir de Acantonaulona, Tito avançou com seiscentos cavaleiros escolhidos, para explorar Jerusalém e observar as disposições dos judeus; sabendo que o povo desejava a paz, para se libertar da tirania daqueles facciosos, ... Enquanto ele caminhava pela estrada que leva à cidade, ninguém apareceu nas trincheiras nem nas torres; mas quando estava próximo à de Psefinom, os judeus saíram em grande número pela porta que está em frente do sepulcro de Helena, do lado, chamado da torre das mulheres, cortaram-lhe a cavalaria e impediram aos últimos unirem-se aos que estavam na frente. Assim Tito, com alguns dos seus ficou separado do resto dos soldados, sem poder avançar, porque até os muros da cidade havia, apenas cercas, fossos, sebes de jardins, nem voltar para junto dos outros que tinham ficado para trás, ... Em tão grave perigo o grande príncipe, vendo que toda esperança de sua salvação estava em sua coragem, incitou seu cavalo para o meio dos inimigos, abriu passagem com a espada e gritou aos seus que o seguissem. Vimos, então, que as vicissitudes da guerra e a conservação dos soberanos pertencem a Deus, unicamente. Embora Tito não estivesse armado, porque não tinha vindo para combater, mas apenas para fazer um reconhecimento, nenhum, daquele número infinito de dardos que foram lançados o atingiu; todos passavam além, como se um poder invisível tivesse o cuidado de desviá-los. No meio daquela nuvem de dardos e de flechas o grande príncipe derrubava tudo o que aparecia na sua frente e avançava sempre.” - (Livro Quinto. Capítulo 7, 384.) – (Ibidem. pp. 640-641.).

Tão grande guerra estrangeira fez abrirem os olhos àqueles que antes só pensavam em se arruinar e se destruir por uma guerra doméstica. Esses três diferentes partidos que estraçalhavam as entranhas da capital da Judéia, vendo, com espanto, os romanos fortificarem-se de tal modo, reuniram-se. Perguntavam-se reciprocamente, o que eles pretendiam fazer. Se estavam resolvidos a tolerar que os romanos acabassem de erguer três fortes para vencê-los. ...” (Livro Quinto. Capítulo 9, 386.). (Ibidem. p. 641.).

Os atos de hostilidade cessaram por momentos na parte exterior de Jerusalém e por isso recomeçou uma guerra no seu interior. A quatorze de abril, quando os judeus celebram a festa da Páscoa, em memória da libertação da escravidão do Egito, Eleazar mandou abrir a porta do templo, para receber as pessoas do povo que quisessem vir adorar a Deus. João serviu-se dessa ocasião para executar uma empresa que sua impiedade lhe havia sugerido. Ordenou a alguns dos seus, que eram menos conhecidos e dos quais a maior parte eram profanos e na se importavam de se purificar, que escondessem as espadas sob as vestes e se misturassem com os que iam ao templo. Apenas lá entraram, tiraram os mantos e se apresentaram armados; suscitou-se imediatamente perturbação e tumulto, em todo o templo, e, ante tal estupefação o povo pensou que era um atentado contra ele; mas o do partido de Eleazar compreenderam que era a eles que se visava. Os que estavam encarregado da guarda das portas, abandonaram-nas; outros sem ousar colocar-se na defensiva, desceram dos lugares que haviam fortificado, para se esconder nos esgotos e o povo, que se havia retirado para junto do altar e em redor do templo, era calcado sob os pés, ferido a pauladas, e muitos foram mortos à espada. Aqueles assassinos tomavam como pretexto vingar-se dos inimigos que eram do partido contrário: era suficiente ter ofendido a qualquer um deles, para não poder evitar a morte. Depois de assim se terem apoderado da parte interior do templo, os três partidos ficaram reduzidos somente a dois, e João continuou mais atrevidamente ainda a fazer guerra a Simão.” (Livro Quinto. Capítulo 11, 388.). (Ibidem. p. 643.).

Os mais valentes e os mais obstinados dos facciosos seguiam o partido de Simão; seu número era de dez mil, subordinados à autoridade de cinqüenta oficiais. Havia, além disso, cinco mil idumeus, comandados por dez chefes cujos principais eram Sosa, filho de Tiago e Catlas, filho de Simão.
João tinha ocupado o templo com seis mil homens comandados por vinte oficiais; e dois mil quatrocentos zeladores, que haviam passado ao seu partido, tinham por chefe a Eleazar, a quem antes obedeciam e Simão, filho de Jair.
Na guerra que esses dois partidos contrários faziam-se reciprocamente, o povo era-lhes a presa comum e eles não perdoavam a um só dele, se não fosse de seu partido. Simão era senhor da cidade alta, do maior muro até o vale de Cedrom; e desse espaço do muro antigo, que se estende desde a fonte de Siloé até o lugar onde ele se volta para o oriente, e até o palácio de Monobazo, rei dos adiabenianos, que moram além do Eufrates. Ocupava também o monte Acra, onde está a cidade baixa, até o palácio real de Helena, mãe de Monobazo.
João, por seu lado, era senhor do templo e de alguma parte dos arredores, como também de Oflam e do vale de Cedrom e tudo o que se encontrava entre Simão e ele fora consumido pelo fogo e era como uma grande praça de armas, que servia de campo de batalha. ...Podemos dizer com verdade que uma guerra tão cruel em seu interior, não lhes era menos funesta que uma guerra externa e que Jerusalém não sofreu mais da parte dos romanos, do que o furor dessas infelizes divisões, que já lhe havia feito experimentar males ainda maiores. Assim não tenho receio de afirmar que é principalmente a esses inimigos de sua pátria e não aos romanos, que devemos atribuir a ruína dessa poderosa cidade e que a única glória que lhes pode caber é ter exterminado esses malfeitores, cuja impiedade unida a tantos outros crimes que nem poderíamos imaginar, lhe tinham destruído a união que lhe dava muito mais força que suas mesmas muralhas. Não podemos pois dizer, com razão, que os crimes dos judeus são a verdadeira causa de suas desgraças e que, o que os romanos lhes fizeram sofrer, não foi um justo castigo? ...” (Livro Quinto. Capítulo 16, 401.). (Ibidem. p. 649.).

“Depois desta ordem, Josefo escolheu um lugar apropriado, bem alto, fora do alcance dos dardos, de onde os judeus pudessem ouvi-lo. ... Assim terminou Josefo suas palavras, derramando muitas lágrimas. Mas não conseguiu comover os rebeldes, nem persuadi-los de que encontrariam sua salvação na conversão. O povo, ao contrário, ficou muito comovido e pensou em se salvar, fugindo. Muitos venderam o que tinham de mais precioso, por alguma pequena quantidade de peças de ouro, de medo que os rebeldes os apanhassem e fugiram para junto dos romanos. Tito permitiu-lhes refugiar-se em qualquer lugar do país que eles escolhessem. Essa liberdade que lhes deu aumentava ainda mais nos outros o desejo de se livrar, pela fuga, dos males que suportavam. Mas João e Simão puseram guardas nas portas com ordem de não deixar sair os judeus, bem como entrar os romanos; e ante a menor suspeita eram mortos os que se pensava estar dispostos a fugir.” (Livro Quinto. Capítulo 26, 416.). (Ibidem. pp. 655, 658.).

João de Giscala Saqueia o Templo

Depois que João reduziu o templo a esse estado, que nele nada mais lhe restava para saquear, tendo-o despojado completamente, passou das pilhagens ordinárias aos sacrilégios. Atreveu-se, por uma impiedade inominável, que sobrepuja mesmo a toda a credulidade, a tomar diversos dons oferecidos a deus no templo, e o que era destinado para o divino serviço, como taças, cálices, pratos, mesas, até mesmo vasos de ouro que Augusto e a imperatriz sua esposa tinham oferecido. Os imperadores romanos sempre tinham tido veneração por esse templo e demonstrado, por meio de presentes, o prazer que sentiam em enriquecê-lo. Assim, viu-se um judeu arrancar daquele lugar sagrado, por uma execrável impiedade, aqueles objetos veneráveis que estrangeiros lhe haviam dado e tinha ele ainda a desfaçatez de dizer aos que tinham entrado na sociedade de seus crimes, que podiam sem temor usar das coisas consagradas a Deus, pois era por Deus que eles combatiam. Ousou mesmo tomar, sem receio, e dividir com eles, o vinho e o óleo que os sacrificadores conservavam na parte interior do templo, para empregá-lo nos sacrifícios.” - (Livro Quinto. Capítulo 37

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