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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O Incêndio e a Destruição do Templo

“No dia seguinte, os judeus retomaram coragem e novas forças, pelo descanso; à segunda hora do dia, organizaram um ataque, saindo pela porta do templo, do lado Oriente, para atacar o corpo de guarda dos inimigos, que estavam mais avançados. Os romanos receberam-nos com energia e opuseram-lhes como um ouro, aquela forma de tartaruga, que faziam com seus escudos, unidos uns com os outros, quando se cobriam com eles. Não teriam podido, entretanto, resistir por muito tempo àquele grande número de inimigos, animados por tanta violência, se Tito que assistia a esse combate da torre Antônia, não tivesse vindo em seu auxílio com um corpo de sua melhor cavalaria. Ele atacou os judeus, tão repentinamente que matou os primeiros e quase todos os outros fugiram. Voltaram, porém, logo em seguida ao combate e fizeram os romanos recuar, por sua vez, mas estes novamente os repeliram e de novo foram ainda rechaçados; isso continuou, desse modo, por um certo tempo, nesse vai-e-vem, com vantagens e desvantagens de ambos os lados, até que pelas cinco horas do dia, os judeus foram por fim obrigados a se encerrar no templo.” -  (Livro Sexto. Capítulo 25, 464.). (Ibidem. p. 678.).

“Quando Tito se retirou para a torre Antônia, resolveu atacar no dia seguinte pela manhã, dez de agosto, o templo, com todo seu exército; e assim estava-se na véspera desse dia fatal, em que Deus tinha, há tanto tempo, condenado aquele lugar santo a ser incendiado e destruído depois de uma longa série de anos, como ele tinha outrora no mesmo dia, sido destruído por Nabucodonosor, rei de Babilônia. Mas não foram estrangeiros, foram os mesmos judeus a causa única de tão funesto incêndio.
Entretanto, os revoltosos não descansaram: deram outro ataque contra os romanos e travaram uma luta com os que apagavam o fogo por ordem de Tito. Os romanos puseram-nos em fuga e os perseguiram até o templo.
Um soldado, então, sem para isso ter recebido ordem alguma, e sem temer cometer um horrível sacrilégio, mas, como levado por inspiração divina, fez-se levantar por um companheiro e atirou pela janela de ouro, um pedaço de madeira aceso no lugar, pelo qual se ia aos edifícios, ao redor do templo do lado norte. O fogo ateou-se imediatamente; em tão grande desgraça, os judeus lançavam gritos espantosos. Corriam procurando apagá-lo e nada mais os obrigava a poupar suas vidas, quando viam desaparecer diante de seus olhos, aquele templo que os levava a poupá-las pelo desejo de conservá-lo.
Imediatamente avisaram a Tito, que à volta do combate, descansava um pouco em sua tenda. Ele partiu no mesmo instante, para mandar apagar o fogo: todos os chefes seguiram-no e as legiões depois dele, com grande confusão e tumulto, clamores tais, que se pode imaginar, quando em tal contingência um grande exército marcha, sem ordem e sem disciplina. Tito gritava com todas as forças, fazia sinais com a mão para obrigar os seus a apagar o fogo, mas tão grande barulho impedia que ele fosse ouvido, o ardor e a cólera de que os soldados estavam cheios, naquela guerra, não lhes permitia notar os sinais  que lhes fazia. ... Quando todos aqueles soldados chegaram ao templo fingiram não entender as ordens que o imperador lhes dava: os que estavam atrás exortavam os mais adiantados a pôr fogo e não restava então aos revoltosos, nem uma esperança de poderem impedi-lo.
De qualquer lado se lançassem os olhos, só se viam fuga e mortandade. Matou-se um grande número de pessoas do baixo povo, gente desarmada e incapaz de se defender, que eram atirados, depois de assassinados, àquele lugar santo, o qual não era destinado a sacrificar tais vítimas: rios de sangue corriam por todos os degraus.
Tito, vendo que lhe era impossível deter o furor dos soldados e o fogo começava a incendiar tudo em toda parte, entrou com os seus principais chefes no Santuário e achou, depois de tê-lo observado, que sua magnificência e sua riqueza sobrepujavam ainda de muito o que a fama havia espalhado entre as nações estrangeiras e que tudo o que os judeus diziam a esse respeito, ainda que parecesse incrível, nada acrescentava à verdade.
Quando ele viu que o fogo não tinha ainda chegado ali, mas consumia então somente o que estava nas vizinhanças do templo, julgou, como era verdade, que ainda ele poderia ser conservado; rogou, ele mesmo, aos soldados que apagassem o fogo e mandou um oficial de nome Liberal, um de seus guardas, que desse mesmo cacetadas, nos que se recusassem obedecer. Mas, nem o temor do castigo nem o respeito pelo general, puderam impedir-lhes o efeito do furor, da cólera e do ódio pelos judeus; alguns mesmos eram impelidos pela esperança de encontrar aqueles lugares santos cheios de riquezas, porque viam que as portas estavam recobertas de lâminas de ouro e quando Tito avançava para impedir o incêndio, um dos soldados que havia entrado, já tinha posto fogo na porta. Dentro acendeu-se então uma grande labareda que obrigou a Tito e os que o acompanhavam a se retirar sem que nenhum dos que estavam fora procurasse apagá-la. Assim, esse santo e soberbo templo foi incendiado não obstante todos os esforços de Tito para impedi-lo.” - (Livro Sexto. Capítulo 26, 465-470.). (Ibidem. pp. 678-679.)
 As Prisões de João de Giscala (Filho de Levitas) e Simão (Filho de Giorias)

“Parece , pelo que eu acabo de dizer, que nenhum acidente humano, nem flagelo algum mandado por Deus, jamais causaram ruína de um tão grande número de pessoas, como o dos que pereceram pela peste, pela fome, pelas armas e pelo fogo, durante esse grande cerco, ou que foram levados como escravos pelos romanos. Os soldados rebuscaram até nos esgotos e nos sepulcros, onde mataram a todos os que encontraram mais de dois mil que se haviam matado uns aos outros ou a si mesmos, ou que tinham sido mortos pela fome. O mau cheiro que saía desses lugares infectados era tão grande, que vários, não podendo suportá-lo, abandonaram-no. Mas outros sabendo que lá estavam escondidas muitas riquezas, não tiveram receio de pisar aqueles cadáveres para procurá-las, e satisfazer assim à sua insaciável ambição. De lá retiraram-se várias pessoas que João e Simão tinham feito prender acorrentadas; a crueldade desses tiranos era maior do que mesmo no extremo a que se encontravam reduzidos. Mas Deus os castigou como eles mereciam. João, que se havia escondido num esgoto, com seus irmãos, foi atormentado de tal fome que, não podendo mais suportá-la, implorou a misericórdia dos romanos, que ele tinha tantas vezes insolentemente desprezado. Simão, depois de ter combatido contra a má sorte, entregou-se a eles como diremos em seguida. Foi reservado para o triunfo e João condenado à prisão perpétua. Os romanos queimaram o que restava da cidade e derribaram-lhe as muralhas.” - (Livro Sexto. Capítulo 46, 499.). (Ibidem. pp. 687.).


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Um soldado, então, sem para isso ter recebido ordem alguma, e sem temer cometer um horrível sacrilégio, mas, como levado por inspiração divina, fez-se levantar por um companheiro e atirou pela janela de ouro, um pedaço de madeira aceso no lugar, pelo qual se ia aos edifícios, ao redor do templo do lado norte. O fogo ateou-se imediatamente; em tão grande desgraça, os judeus lançavam gritos espantosos. Corriam procurando apagá-lo e nada mais os obrigava a poupar suas vidas, quando viam desaparecer diante de seus olhos, aquele templo que os levava a poupá-las pelo desejo de conservá-lo.
Imediatamente avisaram a Tito, que à volta do combate, descansava um pouco em sua tenda. Ele partiu no mesmo instante, para mandar apagar o fogo: todos os chefes seguiram-no e as legiões depois dele, com grande confusão e tumulto, clamores tais, que se pode imaginar, quando em tal contingência um grande exército marcha, sem ordem e sem disciplina. Tito gritava com todas as forças, fazia sinais com a mão para obrigar os seus a apagar o fogo, mas tão grande barulho impedia que ele fosse ouvido, o ardor e a cólera de que os soldados estavam cheios, naquela guerra, não lhes permitia notar os sinais  que lhes fazia. ... Quando todos aqueles soldados chegaram ao templo fingiram não entender as ordens que o imperador lhes dava: os que estavam atrás exortavam os mais adiantados a pôr fogo e não restava então aos revoltosos, nem uma esperança de poderem impedi-lo.
De qualquer lado se lançassem os olhos, só se viam fuga e mortandade. Matou-se um grande número de pessoas do baixo povo, gente desarmada e incapaz de se defender, que eram atirados, depois de assassinados, àquele lugar santo, o qual não era destinado a sacrificar tais vítimas: rios de sangue corriam por todos os degraus.
Tito, vendo que lhe era impossível deter o furor dos soldados e o fogo começava a incendiar tudo em toda parte, entrou com os seus principais chefes no Santuário e achou, depois de tê-lo observado, que sua magnificência e sua riqueza sobrepujavam ainda de muito o que a fama havia espalhado entre as nações estrangeiras e que tudo o que os judeus diziam a esse respeito, ainda que parecesse incrível, nada acrescentava à verdade.
Quando ele viu que o fogo não tinha ainda chegado ali, mas consumia então somente o que estava nas vizinhanças do templo, julgou, como era verdade, que ainda ele poderia ser conservado; rogou, ele mesmo, aos soldados que apagassem o fogo e mandou um oficial de nome Liberal, um de seus guardas, que desse mesmo cacetadas, nos que se recusassem obedecer. Mas, nem o temor do castigo nem o respeito pelo general, puderam impedir-lhes o efeito do furor, da cólera e do ódio pelos judeus; alguns mesmos eram impelidos pela esperança de encontrar aqueles lugares santos cheios de riquezas, porque viam que as portas estavam recobertas de lâminas de ouro e quando Tito avançava para impedir o incêndio, um dos soldados que havia entrado, já tinha posto fogo na porta. Dentro acendeu-se então uma grande labareda que obrigou a Tito e os que o acompanhavam a se retirar sem que nenhum dos que estavam fora procurasse apagá-la. Assim, esse santo e soberbo templo foi incendiado não obstante todos os esforços de Tito para impedi-lo.” - (Livro Sexto. Capítulo 26, 465-470.). (Ibidem. pp. 678-679.).

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