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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

FLÁVIO JOSEFO A TESTEMUNHA OCULAR
 
Início da Guerra dos Judeus Contra os Romanos

“Pouco tempo depois alguns, mais proclives à guerra, atacaram de surpresa a fortaleza de Massada, degolaram toda a guarnição romana e lá puseram uma, da sua nação.
Por outro lado, Eleazar, filho do grão-sacrificador Ananias, jovem, mas muito ousado, comandava alguns soldados; persuadiu ele aos que cuidavam dos sacrifícios, a só receber presentes e vítimas oferecidas pelos judeus; isto era como lançar a semente de uma guerra contra os romanos. ...” - (Guerra dos Judeus contra os Romanos. Livro Segundo, capítulo 30, 198.). (JOSEFO, Flávio. HISTÓRIA DOS HEBREUS – Obra completa. 4ª ed. Rio de Janeiro – RJ, Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2000.  p. 571.).

Guerra dos Judeus Contra os Soldados do Rei Agripa

Os chefes, os sacrificadores e a parte do povo que desejavam a paz, receberam-nos e os hospedaram na cidade alta; a cidade baixa e o templo, fora ocupada pelos revoltosos. A guerra começou com arremesso de pedras e flechas e por vezes chegaram mesmo a combater corpo a corpo. Os revoltosos eram mais ousados, mas os soldados do rei tinham mais experiência na guerra. Todos os esforços destes visavam expulsar do templo aqueles que o profanavam de maneira tão criminosa; e o objetivo de Eleazar e dos seus partidários era apoderar-se da cidade alta. Sete dias passaram-se dessa maneira, com grande mortandade de parte a parte, sem progresso algum.
Entretanto, chegou a festa a que chamam de xiloforia, durante a qual levava-se ao templo uma grande quantidade de madeira, para manter um fogo, que jamais se deve apagar, os revoltosos impediram aos seus adversários o cumprimento desse dever de piedade, ao qual sua religião obrigava; a eles se havia unido um grande número daqueles assassinos, denominados sicários, por causa dos punhais que traziam escondidos sob suas vestes; estes lançaram-se no meio do povo, obrigando os do lado do rei a ceder À sua ousadia e ao seu grande número, e a abandonar a cidade alta. ...” - (Ibidem. capítulo 31, 201 e 202.). (Ibidem. p. 572.).

“Entretanto Manahem, filho de Judas, Galileu, o grande sofista que desde o tempo de Cirênio censurava os judeus, que em vez de obedecer a Deus, eram tão covardes que reconheciam o domínio dos romanos, com o auxílio de algumas pessoas ilustres, tomou à força Massada, onde estava o arsenal de Herodes e depois de ter armado um grande número de homens, que nada tinham a perder, e ladrões, que se uniram a eles, dos quais se servia como de guardas, voltou a Jerusalém, fazendo-se rei, tornou-se chefe da revolta e ordenou que continuassem o cerco do palácio.”

“... Os revoltosos ocuparam logo todos os lugares abandonados pelos romanos, mataram os que lá encontraram, saquearam tudo e incendiaram Estratopedom ...
No dia seguinte, o grão-sacrificador, que se tinha escondido no esgoto do palácio, foi preso e morto pelos revoltosos com Ezequias, seu irmão; depois, eles sitiaram as torres, a fim de que nenhum dos romanos pudesse escapar.
A morte desse grão-sacrificador e tantos lugares fortificados conquistados tornaram Manahem tão orgulhoso e tão insolente que, julgando não haver ninguém melhor do que ele, para governar, tornou-se um tirano intolerável. Eleazar e alguns outros ... resolveram em seguida abolir essa nova dominação e foram ao templo onde Manahem, vestido como rei, acompanhado de vários soldados, tinha entrado com grande pompa para adorar a Deus. Atiraram-se sobre ele, tomando pedras para matá-lo, julgando que sua morte restituiria a calma à cidade ...” – (Ibidem. Capítulo 32, 204-206.). (Ibidem. pp. 572-573.).

O Início do Cerco de Céstio (governador da Síria) à Cidade e ao Templo

Céstio, ao partir de Antipátrida, foi a Lídia; lá só encontrou cinqüenta habitantes porque o resto tinha ido a Jerusalém para celebrar a festa dos tabernáculos; mataram-no todos; incendiaram-lhes as cidades e Céstio, em seguida, avançou por Betorom até Gabaom, onde acampou: esta cidade dista de Jerusalém apenas cinqüenta estádios.
Os judeus vendo que a guerra se aproximava mui depressa, de sua capital, abandonaram as cerimônias dessa grande festa, sem mesmo santificar o dia do sábado, que antes guardavam tão religiosamente e tomaram as armas. ...” – (Ibidem. Capítulo 37, 217 e 218.). (Ibidem. p. 577).

“Céstio, querendo aproveitar a confusão, marchou contra os revoltosos, pô-los em fuga e os perseguiu até Jerusalém. Acampou-se a sete estádios da cidade, em um lugar chamado Escopo; lá ficou três dias sem atacar, na esperança de que, durante esse tempo, eles voltassem ao dever e contentou-se em mandar seus soldados buscar trigo nas aldeias vizinhas.
No quarto dia, que era o dia treze de outubro, marchou, em boa ordem com, contra a cidade, com todo o se exército, e os judeus ficaram tão surpreendidos e tão atônitos com a disciplina dos romanos, que abandonaram a cidade e se retiraram ao templo. Céstio, depois de ter atravessado Beseta ... aquartelou na cidade alta, perto do palácio real; se tivesse então dado assalto, ter-se-ia apoderado de Jerusalém e teria posto fim à guerra. ...”

“... No sexto dia, Céstio, com um grande número de tropas escolhidas e de soldados que atiravam flechas, atacou o templo do lado do norte; os judeus lançaram-lhes dardos do alto dos pórticos e os obrigaram diversas vezes a recuar. Mas por fim, os da primeira linha dos romanos, cobriram-se com os escudos, apoiando-os contra os muros; os que os seguiam uniram também os escudos a estes, e assim os outros fizeram em fila a mesma coisa e formaram aquela espécie de couraça a que dão o nome de tartaruga; pondo-se a salvo dos dardos e das flechas dos judeus, trabalharam com segurança para derribar o muro e incendiar as portas do templo. Os sediciosos ficaram tão assustados que, se julgando perdidos, vários fugiram para fora da cidade; mas o povo, ao contrário, sentiu alegria e só pensava em abrir as portas a Céstio, que consideravam como seu benfeitor, porque lhes dava os meios de se libertar da tirania daqueles revoltosos. Assim, se esse general tivesse continuado o cerco, teria logo se apoderado da cidade; mas Deus, irritado contra aqueles malvados, não permitiu que a guerra acabasse logo.” – (Ibidem. Capítulo 39, 220.). (Ibidem. p. 578.).

 Isso aconteceu no oitavo dia de novembro do décimo segundo ano do reinado de Nero”. (Ibidem. Capítulo 40, 221.) – (Ibidem. p. 579).

 Nero começou a reinar no dia13 de outubro do ano de 54”. Então, esse décimo segundo ano do seu reinado, foi o ano 66 d. C. – (LISSNER, Ivar. Os Césares - Apogeu e Loucura. 2ª ed. Belo Horizonte - MG, Livraria Itatiaia Limitada, 1964. p. 138.).

Essas portas e o muro, que Céstio, com seu exército, queria incendiar não diz respeito à porta do lugar Santo do Templo. São portas que davam acesso à área do Templo - o Átrio.
Após Céstio ter se retirado com as suas tropas, levantando, então, o cerco da cidade de Jerusalém, é que os judeus revoltosos cometeram, as maiores abominações (como nunca dantes na história de Israel), no Lugar Santo do Templo. O que é chamada “abominação da desolação no lugar Santo”. O que veio a causas a destruição do Templo e da cidade.


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