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quinta-feira, 25 de agosto de 2011


Legalismo, a religião dos Fariseus nos dias atuais.

Amados em Cristo, paz e graça a todos em nome de Jesus.


Como prometido, hoje vamos meditar um pouco sobre as seguintes questões:
O que realmente é doutrina Bíblica?
Bons costumes é doutrina?
O que é moral, e o que é pecado? 
Porque ontem era pecado hoje não é mais?























“ENTÃO chegaram ao pé de Jesus uns escribas e fariseus de Jerusalém, dizendo: Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos quando comem pão. Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Por que transgredis vós, também, o mandamento de Deus pela vossa tradição? Porque Deus ordenou, dizendo: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser ao pai ou à mãe, certamente morrerá. Mas vós dizeis: Qualquer que disser ao pai ou à mãe: É oferta ao Senhor o que poderias aproveitar de mim; esse não precisa honrar nem a seu pai nem a sua mãe, E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus. Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas, em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens. E, chamando a si a multidão, disse-lhes: Ouvi, e entendei: O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem". Mateus 15:1-11.

Os fariseus eram membros da seita religiosa mais numerosa, poderosa e influente dos dias de Jesus entre os judeus. Legalistas rigorosos defendiam a rígida observância da letra e das formas da Lei, como também das tradições e costumes. Havia entre eles alguns homens bons, mas em geral eram conhecidos por sua cobiça, crueldade, justiça-própria e hipocrisia.

TRÊS HOMENS BONS ENTRE OS FARISEUS.
Nicodemos “E havia entre os fariseus um homem, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus". Jo 3:1.

Simão "E rogou-lhe um dos fariseus que comesse com ele; e, entrando em casa do fariseu, assentou-se à mesa". Lucas 7:36.

Gamaliel "Mas, levantando-se no conselho certo fariseu, chamado Gamaliel, doutor da lei, venerado por todo o povo, mandou que por um pouco levassem para fora os apóstolos". Atos 5:34.

Aquela classe de gente não morreu de todo, infelizmente através dos séculos a igreja tem presenciado a maldição de lideres exatamente iguais a esses descritos nos capítulos 15 e 23 de Mateus, irreligiosos que professam religião, aparentemente piedosos e mais santos que os outros, mas com o coração cheios de soberba e orgulho, ensinando aos outros do que eles próprios não têm, falando de família quando a sua está em ruínas, falando de amor, mas não consegue perdoar seu irmão.

Para ser salvo e alcançar a misericórdia e perdão Divino, os fariseus ensinavam e exigiam dos judeus obediência não somente a Lei de Moises, mas também as tradições e costumes de homens, e pela tradição invalidavam a Poderosa Palavra de Deus, impondo sobre os homens um fardo pesadíssimo, e um jugo insuportável. "Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los". Mateus 23:4.

Alguns lideres religiosos da atualidade tem agido de igual modo, exigindo obediência não somente a Palavra de Deus, mas também a tradições e costumes de homens, ensinando que para ser salvo é preciso guardar tradições e costumes que jugam decente, porém o evangelho da graça dispensa o sacrifício humano e a obediencia a essas regras, também liberta o homem do medo e da prisão religiosa. "Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo". Colossenses 2:8.

Ainda no primeiro século os apóstolos se reuniram para combater o legalismo no meio da igreja, pois ali, os cristão-judeus estavam exigindo que os cristão-gentis vivessem no mesmo modo de vida dos judeus, obedecendo aos antigos ritos, tradições e costumes do judaísmo como comprimento para a salvação, de imediato os apóstolos decidiram que aquelas tradições e costumes não eram necessário, os cristãos estavam livres da tradição, que na verdade eram fardos pesados que só dificultavam o
cumprimento da lei. "Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós pudemos suportar? Atos 15:10.

"Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da prostituição, das quais coisas bem fazeis se vos guardardes. Bem vos vá". Atos 15:28, 29.

Mas afinal, o que é Doutrina?

O apóstolo Paulo escrevendo ao Pastor Timóteo disse: "Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem". 1 Timóteo 4:16.
Paulo na verdade está falando para Timóteo ter cuidado com a Palavra de Deus, a doutrina que Paulo se refere, são os ensinamentos escritos nos evangelhos e nas cartas-epístolas, bem como ensinamentos passados via oral quando estavam juntos. "Como te roguei, quando parti para a Macedônia, que ficasses em Efésio, para advertires a alguns, que não ensinem outra doutrina," I Timóteo 1:3.



















Não podemos confundirmos doutrina bíblia com tradições e costumes humanos, ainda que seja bons costumes, pois uma coisa é diferente da outra. Concordo que a doutrina bíblica gera bons costumes, mas bons costumes não são doutrinas. "Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: Não toques, não proves, não manuseies? As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens”. Colossenses 2:20-22.

Na verdade doutrina bíblica é todo ensinamento constante e com base na Palavra de Deus, por exemplo: 
A RESSURREIÇÃO "Assim também a ressurreição dentre os mortos. Semeia-se o corpo em corrupção; ressuscitará em incorrupção". 1 Co 15:1-42.
A TRINDADE "Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo". Mt 28:19.
A ENCARNAÇÃO DO VERBO "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade". Jo 1:14.
A IMORTALIDADE DA ALMA "E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram". Apocalipse 6:9.
A SALVAÇÃO PELA GRAÇA "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus". Efésios 2:8.
O ARREPENDIMENTO "E dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus". Mateus 3:2.
A SANTIFICAÇÃO "Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor". Hebreus 12:14.
A FÉ "Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé." Romanos 1:17.
OS DONS ESPIRITUAIS "ACERCA dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes". I Coríntio 12:1.
A RESSURREIÇÃO CORPORAL DE CRISTO "Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu, e creu. Porque ainda não sabiam a Escritura, que era necessário que ressuscitasse dentre os mortos". João 20:8, 9.
ASCENSÃO DE JESUS AO CÉU "E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos". Atos 1:9.
A VOLTA DE JESUS "Por isso, estai vós apercebidos também; porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis". Mateus 24:44.
A SEPTUAGÉSIMA SEMANA DE DANIEL "Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo". Daniel 9; 24.
A GRANDE TRIBULAÇÃO "E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro". Apocalipse 7:14. 
O MILÊNIO "Porque, eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá mais lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão". Isaias 65:17. ...e tantas outras doutrinas bíblicas.
Com certeza são essas as doutrinas que Paulo se referia, e não tradições e normas humanas defendidas por legalistas.
A aplicação da sã doutrina gera bons costumes, ou seja: o homem que coloca em prática e crê nessas doutrinas bíblicas apresenta bons costumes, os bons costumes são resultado da aplicação da doutrina. Portanto sem doutrina não há bons costumes. 

Na história da igreja brasileira existem muitas obras maravilhosas realizadas sob o grandioso poder do Espírito de Deus, milagres, conversões, livramentos, curas, batismo com o Espírito Santo e grande demonstração da maravilhosa Presença do Senhor, e todos os dias o Senhor acrescentava almas á igreja do Brasil. Mas apesar do agir de Deus, alguns Legalistas atuais defendem que o grande sucesso da igreja do Brasil foi o rigor nos costumes e tradições, mas na verdade, o sucesso da igreja brasileira está no agir do Espírito Santo e na aplicação da doutrina no poder de Deus. "E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém". Marcos 16:20.

O que é Moral?

Para combater o pecado, as igrejas e seus lideres tomam como base a Bíblia, e afirmam que o combate é uma questão moral, ou seja, na maioria das vezes toda preocupação religiosa é Moral. Mas afinal, o que é Moral? Os legalistas e muitas pessoas associam a Moral com santidade, seriedade ou respeito etc...

Mas Moral é a ética da grande maioria, ou seja, é o que a maioria dominante institui como regra ou norma, algo que a maioria diz que é correto e justo. Um conjunto de regras de conduta e princípios de decência que orientam a conduta dos indivíduos de um grupo social ou sociedade. 

Portanto Moral é a ética de um povo, uma nação, logo, o que numa sociedade é moral pode se tornar imoral em outra, e se um indivíduo quebra essa linha moral está pecando contra a maioria que instituiu a norma. Pra termos idéia existem: MORAL CRISTÃ - MORAL ISLÂMICA - MORAL BUDISTA - MORAL HINDU - MORAL BURGUESA e com certeza em algum momento haverá um choque de idéias entre uma Moral e outra.
Uma coisa que os legalista não entendem ou não querem compreênder é que a moral não é eterna, não é permanente, ela muda e sofre transformações com o passar do tempo. Logo os padrões das sociedades vão mudando, alguns anos atrás por exemplo: um rapaz não poderia falar com uma moça de família sem a presença de uma terceira pessoa, sair juntos e sozinhos era imoral. Hoje um casal de namorados viajam, namora, e em alguns casos até dormem juntos e para a grande maioria está sendo normal. Ou seja, ninguém julgaria hoje, que um rapaz fosse imoral apenas porque saiu com a namorada, mas no passado, ele deveria casar com a moça imediatamente, pois os ditames morais e as regras da sociedade tinham-se corrompido.

Amados, Deus não nos julga moralmente, baseando-se no que a maioria estabeleceu como justo, mas pela sua Palavra que é eterna e não muda. De modo que algo pode ser imoral (algo que é instituído pela maioria) e não ser pecado! Tanto do ponto de vista social, bem como do ponto de vista religioso.
Se você questionar o Al Corão para um árabe, na mente dele você estará cometendo um grande pecado, mas não é pecado se você questionar o mesmo Al Corão para um católico, isso acontece por causa da questão moral. 

Vejamos mas um exemplo:
Paulo proibiu as mulheres de Corinto de falarem na Igreja, pois era culturalmente imoral, visto que era algo imposto pela cultura e costumes do local. Mulher falar na igreja na verdade não era pecado, mas culturalmente era errado, visto que a maioria dominante assim estabeleceu. Hoje porque não seguimos a determinação de Paulo? É que a sociedade em que vivemos tem outros valores morais e culturais. "As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei." I Coríntios 14:34.
Isso não é relativismo da Palavra de Deus, antes é o saber discernir o que é parte do evangelho como doutrina, e o que é costumes de um povo em algum momento particular da história e ambiente onde aquilo ocorreu, coisa que para um legalista é muito difícil de entender.

O que é pecado? Porque ontem era pecado hoje não é mas?
O Pecado é ofender a Deus, é qualquer desobediência à vontade de Deus e a Sua palavra. Pecado é errar o alvo, é infligir a Lei de Deus. "E olhei, e eis que havíeis pecado contra o SENHOR vosso Deus; vós tínheis feito um bezerro de fundição; cedo vos desviastes do caminho que o SENHOR vos ordenara." Deuteronômio 9:16.
O pecado não muda, pecado sempre será pecado! Como Deus não muda, pelo contrário, "...é o mesmo ontem, hoje e eternamente", logo pecado será sempre pecado em qualquer tempo. "Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação." Tiago 1:17.
O pecado pode ser classificado em duas categorias, o pecado escriturísticos e o pecado instituído.

Os pecados escriturísticos são os relacionados nas escrituras como em Gálatas 5, que sempre foi pecado e sempre será, pois a Palavra de Deus não muda e não está sujeita a moral, cultura ou valores.

Os pecados instituídos são os pecados criados pelas igrejas e seus lideres, são os pecados da religião, e geralmente não dura muito, não tem base sólida e com o passar do tempo deixa de ser. Exemplos: (TELEVISÃO era pecado, RÁDIO já foi pecado, HAVAIANAS era vaidade, PALITÓ LASCADO era vaidade, IR A PRAIA era pecado terrível, MULHER USAR UMA CALSA OU QUALQUER ACESSORIO era motivo de disciplina etc...).
Temos exemplos de sobra, ou quem não conhece pessoas afastadas da igreja ou disciplinadas e repreendidas, por usar ombreiras, paletó lascado atrás, cabelo pra trás, uso de rádio (é já foi pecado), sandália havaiana, televisão (caixinha do capeta), etc... Talvez você esteja surpresa com essas informações, ou não tenha presenciado ou conheça alguém, mas alguns anos atrás o legalismo era escancarado. Sou novo na igreja (15 anos), mas ainda presenciei pregações do tipo:

QUEM COLOCAR UMA TELEVISÃO EM SUA CASA EU EXCLUOU! 


TELEVISÃO É A CAIXINHA DO CAPETA. 


O IRMÃO VEIO SEM GRAVATA, NÃO VAI PREGAR!

A lista está longe de acabar, mas coisas que com o passar do tempo perdem seu valor, já foram tema de infindáveis cultos de doutrina, de gente que defendia o não uso dessas coisas como quem defende o próprio Deus, e hoje tudo isso é permitido ou no mínimo, tolerado, sem problemas. O que dizer de certos ritmos que são executados nas igrejas hoje e que eram impensáveis e proibidos há dez anos! E gente que largou o cajado nas ovelhas (vaidosas) ontem, hoje está cantando e comprando o CD!
A intenção dessa materia não é condenar os legalistas, mas a sua prática, logo quando um legalista consegue ser livre das ditaduras religiosas, é louvável.
Então eu pergunto: Porque no passado era pecado e agora não é mas?
Isso SEMPRE foi pecado e nós é que nos mundanizamos?
Essa é a opinião dos verdadeiros legalistas fariseus que dominam seus semelhantes com proibições infantis.

Isso NUNCA foi pecado, nós sabíamos disso, mas proibimos por precaução? Essa é a opinião de Legalistas que tentam justificarem os erros e o rigor com que trataram as pessoas no passado.

Isso NUNCA foi pecado nós é que por ignorância proibimos?
Essa é minha opinião, faltava-nos era o conhecimento.

Quanta gente boa foi jogada na lama e hoje está no mundo, por causa de doutrinas de homens, “como não toques, não proves e não manuseies coisas que perecem pelo uso, que tem aparência de piedade, e de culto voluntário, mas não tem poder algum sobre os pecados da carne” Colossenses 2:19-21. O problema é que ninguém pede perdão pelo passado.

Agora sabe o que é pecado? Pecado de verdade, pecado bíblico, escriturísticos e que não passa nunca, e que se Jesus não voltar daqui a 100 anos, continua sendo pecado, visto que o pecado não está sujeito ao tempo. Pecados escriturísticos: Gálatas.
Prostituição (sexual, doutrinária), Impureza (de mente, de atitude),Lascívia (sensualidade), Idolatria (de ídolos, de cantores, do dinheiro, de si mesmo), Inimizade (com os irmãos de carne e de fé, com pais, com filhos),Porfia (contenda, em casa, no trabalho, na igreja), Ira (indignação com desejo de vingança), Pelejas (Brigas por poder, seja ele político, religioso, por causa de cargos), Dissensões (não se chega a um acordo comum, discorda pessimistamente de tudo, em casa, na igreja em qualquer lugar), Emulações(quere exceder os outros, superioridade), Heresias (introdução e defesas de doutrinas erradas, inclusive a inclusão de preceitos de homens vendidos como doutrina de Deus). "Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro como já antes vos disse que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus". Gálatas 5;19-21. Legalistas! Isso sim é pecado!
Portanto, ser legalista é esquecer-se do que realmente importa, e se pegar a coisas infantis e imaturas, e com isso achar que está cumprindo a ‘vontade de Deus’. O legalismo é um dos maiores inimigos do autêntico Cristianismo. Pois assim como os fariseus de antigamente que nem entravam no reino de Deus e nem deixavam entrar, do mesmo modo, os legalistas acabam criando uma especie de "hipócritas" vivendo de aparencia, porém o seu coração está em conflito, e tem medo de se manifestar contrário a cartilha legalista.

-Você está convencido de que Deus está bravo com você e a única maneira que você pode o fazer feliz é sendo uma pessoa melhor?
- Você está convencido que sua obediência e desempenho têm algum mérito em seu salvação? Está você cansado de tentar mais duramente porque parece que se esforçar nunca é o bastante?
Ainda é tempo pra se converter ao Evangelho da Graça. Que não gera libertinagem, mas uma consciência madura em Cristo.
"Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servi¬dão" (Gl 5.1).

Curiosidades Bíblicas III - Quem eram os Escribas ?

Escribas era o nome dado, a princípio, aos sectários dos reis de Judá e a certos intendentes dos exércitos judeus. Mais tarde, este nome, foi aplicado especialmente aos doutores que ensinavam a lei de Moisés e a interpretavampara o povo.

Os Escribas partilhavam os mesmos princípios que os Fariseus, ou seja, eram partidários da tradição teológica judáica, não aceitando inovações na interpretação das leis mosáicas.

Por esse motivo, Jesus os confundia com os Fariseus nas reprovações radicais que davam ao entendimento das leis, da mesma forma que não aceitavam as interpretações de Jesus.

O Livro de Daniel é uma Falsificação?[Image]
[Image]Um dos argumentos mais comuns contra o livro de Daniel envolve seu lugar no cânon das Escrituras Hebraicas (A.T). Os rabinos antigos organizaram os livros das Escrituras Hebraicas em três grupos: a Lei, os Profetas e os Escritos. Não alistaram Daniel entre os Profetas, mas entre os Escritos. Isto significa, argumentam os críticos, que o livro não deve ter sido conhecido na época em que as obras dos outros profetas foram compiladas. Foi agrupado entre os Escritos supostamente porque esses foram compilados mais tarde.

No entanto, nem todos os pesquisadores da Bíblia concordam que os rabinos antigos tenham dividido o cânon de tal maneira rígida ou que tenham excluído Daniel dos Profetas. Não obstante, mesmo que os rabinos tenham alistado Daniel entre os Escritos, provaria isso que foi escrito numa data posterior? Não. Eruditos de boa reputação têm sugerido várias razões pelas quais os rabinos talvez tivessem excluído Daniel dos Profetas. Por exemplo, talvez o tivessem feito porque o livro os ofendia ou porque achavam que o próprio Daniel era diferente dos outros profetas, por ter ocupado um cargo secular num país estrangeiro. De qualquer modo, o que realmente importa é: os judeus antigos tinham profundo respeito pelo livro de Daniel e o consideravam canônico. Além disso, a evidência sugere que o cânon das Escrituras Hebraicas foi encerrado muito antes do segundo século AEC. Simplesmente não se permitiram acréscimos posteriores, nem de alguns livros escritos durante o segundo século AEC.

É irônico que uma dessas obras posteriores, rejeitada, tenha sido usada como argumento contra o livro de Daniel. O livro apócrifo de Eclesiástico, de Jesus Ben Sirac, evidentemente foi composto por volta de 180 AEC. Os críticos gostam de salientar que Daniel é omitido na longa lista de homens justos no livro. Argumentam que Daniel não deve ter sido conhecido na época. Este argumento é amplamente aceito entre eruditos. Mas, considere o seguinte: a mesma lista omite Esdras e Mordecai (ambos grandes heróis aos olhos dos judeus pós-exílicos), o bom Rei Jeosafá e o homem reto, Jó; de todos os juízes, menciona apenas Samuel. Visto que esses homens são omitidos numa lista que não afirma ser exaustiva, ocorrendo num livro não-canônico, será que temos de rejeitar a todos eles como fictícios? A mera idéia disso é absurda.

Nos Evangelhos, Nosso Senhor Jesus Cristo atacou com extrema energia os escribas, os doutores da Lei e os fariseus, lançando contra eles oito maldições solenes, que se opõem às oito bem-aventuranças. Normalmente ouvem-se a respeito apenas surrados chavões que reafirmam terem sido os fariseus hipócritas, acrescentando-se poucas informações.
Ora, a luta acirrada entre Cristo Redentor e os fariseus é um dos pontos centrais da narrativa histórica dos Evangelhos, luta que veio a culminar com o deicídio, no Calvário. Importa pois sobremaneira compreender o que foram e o que pensaram esses escribas, doutores da Lei e fariseus. Qual era a sua origem? Qual a sua doutrina ? Por que Cristo se lhes opôs com tanta força ? Por que recusaram eles o Messias ? Como se tornaram "cegos ao meio dia" (Is. LIX,10) ? Por que não aceitaram a Sabedoria, e por que fecharam seus olhos e ouvidos a Cristo, apesar de reconhecerem os seus milagres ( "Que havemos de fazer ? Este homem faz muitos milagres" (Jo.XI,41)). Por que não O viram, quando "lançaram o olhar para aquele a quem transfixaram" (Jo. XIX,37) ?
O crime do deicídio foi o resultado final de uma longa decadência e corrupção. Na própria Sagrada Escritura encontramos a prova de que o mal vinha de longe. Foram os grandes pecados do povo eleito que provocaram a ira de Deus e fizeram vir pesados sofrimentos sobre Israel e Judá. Por esses pecados, os principais responsáveis foram os sacerdotes e os soberanos. E, em conseqüência, Deus fez Jerusalém ser conquistada, o Templo ser destruído e o povo ser levado em cativeiro, servindo os pagãos.
Em 598 A.C., Nabucodonosor, rei dos caldeus, invadiu pela primeira vez a Palestina, a pretexto de que o rei de Judá, Joaquim, recusara pagar-lhe tributos. Jerusalém foi cercada e o rei Joaquim acabou por ser deposto, sendo colocado em seu lugar seu tio Sedecias. Tragédia maior, Nabucodonosor saqueou o Templo de Deus e levou o rei, seus familiares e muitas famílias nobres para o exílio, em Babilônia.
Anos depois, recusando os conselhos do profeta Jeremias e seguindo a falsa sabedoria de maus conselheiros, o rei Sedecias aliou-se aos egípcios do faraó Hofra, esperando da força humana a vitória sobre Nabucodonosor e a libertação dos exilados na Caldéia.
A rebelião de Sedecias causou uma segunda invasão caldaica. Nabucodonosor venceu os egípcios e cercou Jerusalém pela segunda vez. Após dezoito meses de luta, a cidade de Deus foi conquistada (junho de 587 A.C.). Desta vez, tudo foi destruído. Nem o Templo de Salomão foi poupado pelo incêndio. A população de Jerusalém foi levada para o cativeiro de Babilônia. Muitos outros judeus, que se haviam comprometido com a aliança egípcia, fugiram para as terras do faraó. Poucos puderam ficar na Palestina, mas, devido a novas intrigas políticas, os caldeus, pela terceira vez, tomaram o país, executando uma terceira deportação.
Qual foi a causa maior de tamanhas desgraças políticas e religiosas ? No livro do profeta Ezequiel se encontra a resposta a essa questão. Lá se lê que o próprio Deus mostrou ao profeta Ezequiel a razão da destruição de Jerusalém e do Templo de Deus: a idolatria a que secretamente entregaram os sacerdotes de Deus. Enquanto no Templo e publicamente eles diziam adorar o Criador do céu e da terra, nas trevas, secretamente, eles adoravam os ídolos do Egito. No capítulo VIII do livro de Ezequiel há uma descrição muito viva e curiosíssima desse culto secreto: Deus ordena ao profeta que raspe uma parede, e, quando ele o faz, aparece uma porta oculta. Deus e o profeta entram por ela e chegam a um local escondido, onde os sacerdotes do Altíssimo e os Anciãos da casa de Israel estavam adorando os ídolos (cfr. Ez. VIII,7-13).
Havia, pois, desde o século VI A.C., um culto secreto aos ídolos nos porões do Templo. Tal foi a causa da destruição do Templo e do reino de Judá. Essa idolatria secreta praticada pelos sacerdotes de Deus e pelos Anciãos do povo tinha que ser sustentada por uma doutrina religiosa que os sacerdotes e Anciãos não revelavam ao povo simples. Essa doutrina, muito provavelmente, era gnóstica.
Tendo perdido a pátria e o Templo, não tendo mais nem rei nem Estado nacional, deportados para Babilônia, exilados no Egito, dispersos entre os estrangeiros, estrangeiros em sua antiga terra, os judeus, agora, só tinham a religião como traço de união.
Os caldeus permitiram aos deportados uma certa liberdade, deixando-os ser dirigidos por seus próprios líderes e por seus profetas. Para manter o povo unido, o profeta Ezequiel e seus sucessores organizaram casas de oração - as sinagogas - e já que não era mais possível sacrificar no Templo (pois fora destruído), a sinagoga se tornou, desde então, o centro da vida religiosa judaica. Nelas se rezava, liam-se e comentavam-se as Escrituras. Junto a elas, logo se desenvolveram escolas para estudar a Lei e os Profetas. Segundo consta, o próprio profeta Ezequiel teria organizado também um órgão dirigente dos expatriados, constituído de setenta elementos, do qual se originará o Sinédrio.
O exílio de Babilônia durou de 587 A.C. até o edito de Ciro, rei dos persas, que, tendo vencido os caldeus, deu permissão a que uma primeira leva de judeus retornasse à sua pátria, em 538 A.C, organizando uma satrapia persa na Palestina. Já essa primeira leva teve licença para reconstruir o altar de Deus em Jerusalém. Em 520 A.C., Dario I permitiu a saída de um segundo grupo de judeus, sob a direção de Zorobabel, concedendo-lhes ainda o rei persa que reconstruíssem o Templo de Jerusalém. Este segundo Templo foi concluído em 515 A.C.
Em 458 A.C., Esdras trouxe o resto do povo para Jerusalém e fez uma solene promulgação da Lei de Moisés, renovando o pacto do povo judeu com Deus. Os judeus acreditam que, o que eles chamam de A Grande Sinagoga, foi constituída no tempo de Esdras, porém esta tradição é carente de fundamento histórico (cfr. A.Merk S.J. Introductionis in S. Scripturae Libros, Lethielleux, Paris, 1940, Vol. I , p.95).
Os setenta anos de exílio em Babilônia não corrigiram totalmente o povo. Até pelo contrário, ao que parece, alguns judeus trouxeram de Babilônia muitas idéias religiosas pagãs, que iriam provocar a formação de uma gnose judaica.
Além disso, o fato de terem ficado tantos anos sem pátria, sem Estado e sem Templo, fez com que os judeus passassem a centrar sua religião na pura prática escrupulosa da Lei e em seu estudo. Disto nasceu um desvio que supervalorizou a letra da Lei em detrimento de seu espírito.
Até o cativeiro de Babilônia, os próprios sacerdotes eram os guardiães da Torah (a Lei de Moisés, isto é, o Pentatêuco). Depois do exílio, começaram a ganhar cada vez mais autoridade e importância como mestres explicadores e guardiães da Lei os chamados sábios ou escribas , os Soferim .
Em conseqüência da centralização da religião na Lei, formaram-se, pouco a pouco, especialistas na interpretação da Lei e em sua aplicação judicial: eram os mestres ou doutores da Lei. A aplicação casuística da Lei, a jurisprudência legalista, a adaptação dos princípios aos casos concretos foram paulatinamente dando supremacia à letra sobre o espírito. Foi a esta deturpação da religião que São Paulo fez referência, quando escreveu: "A letra mata, é o espírito que vivifica" ( II Cor. III.6)
Em breve, uma jurisprudência foi se formando segundo as chamadas "tradições dos Antigos" ou "tradições dos anciãos". Essas tradições e costumes formaram a Lei Oral - a Torah Oral - que, aos poucos, ganhou tal força que suplantou em valor e respeito a própria Torah de Moisés, da qual ela tinha se originado. É a essa "tradição humana" que farão referência condenatória Cristo e o Apóstolo São Paulo: "E assim, vós, por causa de vossa tradição, mudastes o mandamento de Deus" (Mt. XV, 6). E ainda: "É em vão que me honram, ensinando doutrinas e mandamentos dos homens." (Mt.XV,9). São Paulo escreveu aos Colossenses: "Vede que ninguém vos engane por meio da filosofia inútil e enganadora, segundo a tradição dos homens" (Col., II,8).
Que a chamada Torah Oral superou em respeito e valor a própria Torah mosaica é confirmado por todos os testemunhos históricos e pelos estudiosos da questão . Na Mishnah se lê :
"Maior obrigação se aplica à (observância) das palavras dos escribas do que às palavras da Lei (escrita)" (Mishnah, Sanhedrim, XI, 3).
"Se um homem disser: 'Não há obrigação de usar filactérias', ele transgride as palavras da Lei, e ele não é culpado; mas, se ele disser: 'Deve haver nelas [nas filactérias] cinco repartições', então ele acrescenta algo às palavras dos escribas, e é culpado" (Mishnah, Sanhedrim, XI,3).
A respeito da Torah Escrita e da Torah Oral diz G.G. Scholem: "De acordo com o uso comum nas fontes talmúdicas, a "Torá escrita" é o texto do Pentatêuco. A Torá Oral é a soma total de tudo o que foi dito por eruditos ou sábios a título de explicação deste corpus escrito, pelos comentadores talmúdicos da Lei e por todos os demais que interpretaram o texto. A Torá oral é a tradição da Congregação de Israel, ela desempenha o papel necessário de completar a Torá escrita e torná-la mais concreta. De acordo com a tradição rabínica, Moisés recebeu, ao mesmo tempo, ambas as Torás, no monte Sinai, e tudo quanto um erudito subsequente encontra na Torá ou legitimamente dela deduz, já estava incluído nesta tradição oral fornecida a Moisés. Assim, no judaísmo rabínico, as duas Torás são uma só. A tradição oral e a palavra escrita completam-se mutuamente, uma não é possível sem a outra" (G.G. Scholem, A cabala e seu simbolismo, Perspectiva, São Paulo, 1978, p.61).
A autoridade extraordinária alcançada pelos escribas e doutores da Lei diante do povo ganhou-lhes um título de respeito. A forma costumeira com que o povo começou a chamá-los foi a de "meu senhor', isto é, Rab, que em grego se disse Rabbi. Com o tempo, esse termo passou a ser um verdadeiro título, como se verifica nos textos evangélicos. Porém, antes dos tempos evangélicos, não se tinha estabelecido ainda o costume de chamar os grandes mestres de Rabi. Assim, por exemplo, jamais se usou chamar chefes de escola, tais como Hilel ou Shammai, de Rabi (cfr.Emil Schürer, The History of the Jewish people in the age of Jesus Christ (175B.C.-135A.D.), T.&T. Clark, Edinburgh, 1979, vol. II, 325-326-327).
A tradição hebraica costuma enumerar os grandes mestres, chefes de escola, aos pares, sendo um de uma tendência mais rigorista, e o outro, de uma corrente menos exigente. Entre Esdras e Cristo, essa tradição cita apenas dez mestres, que teriam sido: Yosef ben Ioezer e Yosef ben Iochanan ; Yoshua ben Parachiah e Mattai de Arbela; Iehuda ben Tabai e Simeon ben Satach; Shammai e Hilel. A estes mestres não era ainda costume atribuir o título de Rabbi.
Os estudiosos da Lei - os escribas e doutores da Lei - atribuíam-se uma tríplice missão :
1a. - Definir e aperfeiçoar os princípios legais decorrentes da Torah, a Lei Escrita.
A lei mosaica, como toda lei escrita, requeria, em muitos casos, uma interpretação, para ser aplicada com mais justiça. Os escribas e doutores da Lei examinavam os casos concretos e aplicavam as determinações da Torah procurando harmonizá-las aos costumes, à realidade concreta de cada caso, e à jurisprudência que, aos poucos, se formou. Disto tudo nasceu um intrincado sistema legal casuístico, que, a princípio, foi transmitido apenas oralmente, e que, por seu crescimento cada vez maior, exigiu, afinal, ser redigido.
2a. – A segunda missão que os escribas se arrogavam era a de ensinar não apenas a Lei escrita, mas também, e principalmente a jurisprudência casuística que eles haviam elaborado e que tomou o nome de Torah Oral ou "Tradição dos Antigos", ou dos "Sábios".
Enquanto a Lei Oral não foi codificada e redigida, o método utilizado pelos escribas para transmiti-la foi a memorização e a repetição. Repetir e ensinar são palavras equivalentes na linguagem rabínica. Os discípulos dos mestres (Rabis) tinham a obrigação de decorar a Torah Oral, assim como as soluções legais adotadas pelos Antigos, sem nada alterar do que fora recebido. O discípulo, por isso, era obrigado a expressar-se usando sempre as mesmas palavras de seu mestre. Desse ensino mnemônico e repetitivo é que proveio a palavra Mishnah, que significa repetição. Os mandamentos dessa Tradição Oral dos antigos eram chamados os Mishnaioth.
3a. - A terceira missão que os escribas e doutores da Lei se impuseram e assumiram foi a administração da justiça pela aplicação escrupulosíssima dos Mishnaioth.
Cada mestre dava uma interpretação da Lei. As várias interpretações eram cotejadas, preponderando a interpretação da maioria ou a dos mestres de maior autoridade. O esforço mnemônico foi se tornando imenso e, por fim, impraticável. Cada mestre ou doutor começou a fazer anotações que, afinal, tiveram que ser codificadas. Foi a codificação da tradição legalista dos vários escribas, doutores da Lei, isto é, dos grandes Rabinos que se chamou de Mishnah. O sentido literal da palavra Mishnah é doutrina ou tradição, segundo explica A. Merk S.J. (Cfr, A. Merk, op. cit. vol I , p.89).

A invasão grega, no século IV A.C., trouxe novas complicações ao processo religioso que os judeus atravessavam. A dominação grega, graças à força e ao prestígio de sua cultura e de sua filosofia, pouco a pouco, influenciou largas e importantes camadas do povo judeu. Os vencidos tendem, apesar do ódio, a admirar os vencedores. Entre os judeus começou-se a adotar a língua, os modos de ser e os costumes dos gregos, mesmo quando alguns desses costumes eram contrários à Lei Mosaica. Diante do invasor cheio de prestígio, os judeus se dividiram. Formaram-se partidos. O partido dos saduceus mostrou-se aberto às influências estrangeiras, procurando conciliar judaísmo e helenismo, teologia hebraica e filosofia grega. Este partido teve forte penetração entre os sacerdotes. O partido fariseu, pelo contrário, opôs tenaz resistência aos costumes e ao pensamento grego, entrincheirando-se na observância zelosa e rigorista da letra da Lei escrita e oral. A grande maioria dos escribas e doutores da Lei aderiu ao farisaismo e obteve o apoio quase total do povo judeu, graças ao prestígio moral e religioso que alcançaram.
As principais diferenças doutrinárias entre saduceus e fariseus foram:
1ª. A questão da Ressureição :
Os fariseus admitiam a imortalidade da alma, a existência de uma recompensa e de um castigo após a morte, assim como a ressureição dos corpos, depois de um juízo universal.
Os saduceus, pelo contrário, negavam a ressureição e a existência de uma vida eterna após a morte, afirmando que a alma perecia junto com o corpo. Nos Atos dos Apóstolos (XXIII,6) se lê que São Paulo se aproveitou dessa divergência entre saduceus e fariseus para dividir o Sinédrio que ia julgá-lo.
2ª. Os anjos:
Enquanto os fariseus acreditavam na existência dos anjos, os saduceus a negavam.
3ª. A questão do destino, (predestinação e livre- arbítrio).
Os saduceus tendiam a dar mais importância ao livre-arbítrio do que à ação de Deus, através da graça, nas ações humanas. Os fariseus, em contraposição, davam tal importância à ação da providência divina, na decisão dos atos humanos, que alguns autores os acusam de defender a idéia do destino, isto é, que as ações humanas não são livres, dependendo unicamente do querer de Deus, sem cooperação do livre-arbítrio humano.
4ª. A "Tradição dos Antigos"
Os fariseus se distanciavam dos saduceus também na valorização da chamada "Tradição dos Antigos". Eles faziam a Lei Oral suplantar em valor e respeito até a própria Lei de Deus, codificada por Moisés. Diziam eles que a Torah Oral era o mais correto e perfeito desenvolvimento e expressão da Torah escrita. Os saduceus, de seu lado, não aceitavam as tradições farisaicas que não tivessem claro e certo apoio no texto da Escritura. Como testemunha Flávio Josefo, "os fariseus impuseram ao povo muitas leis provenientes da tradição dos Antigos, que não estavam escritas na Lei de Moisés" (Flávio Josefo,Antiguidades judaicas, XIII, 10, 6 ).
5ª. Posicionamento político
O partido saduceu era principalmente sacerdotal e aristocrático, enquanto os fariseus recrutavam seus membros nas classes populares. Os saduceus sempre mantiveram um posicionamento político-religioso, enquanto os fariseus sempre foram muito mais religiosos do que políticos. É absolutamente certo que os fariseus dominaram doutrinariamente as escolas rabínicas e eram eles que determinaram as principais opções religiosas do povo judeu.
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A redação da Mishnah foi realizada pelos mestres chamados Tannim ou Tanaítas, termo que deriva da palavra hebraica que significa ensinar ou transmitir (uma tradição). Os Tanaitas viveram entre o século I e o III depois de Cristo. A primeira tentativa de codificação da casuística rabínica é atribuída a Rabi Akiva (50-130), e uma segunda, a Rabi Meir (entre 130 a 160 D.C.).
A compilação definitiva da Mishnah se deve ao famoso Rabi Yehudah Ha-Kadosh (o santo), intitulado também de Yehudah, o Príncipe, ou o Patriarca, no século II D.C., já que esse rabino viveu entre 135 a 220 D.C. Ele foi sucessor de Gamaliel II, na liderança de uma das escolas rabínicas. Evidentemente, a Mishnah de Rabi Yehudah reflete sua doutrina. Diz-se que ele tendia mais para o racionalismo do que para o misticismo. Daí ter ele eliminado da sua codificação as interpretações místicas da Lei que, vieram a formar a Baraita (material externo ou excluído) e a Tossefta (suplemento ou adição). Atribui-se a Tossefta a Hiia bar Abba, amigo e discípulo de Rabi Yehudah. Deve-se distinguir a Tossefta dos Tosaphot, explicações acrescentadas ao Talmud de Babilônia pelos doutores judeus dos séculos XII e XIII de nossa era.
A Mishnah apresenta a substância da Torah Oral e se divide em seis partes, os Sedarim, as quais, por sua vez dividem-se em tratados.
As seis partes da Mishnah são :
A - Zeraim (Sementes): versa sobre questões agrícolas, colheitas, partes atribuídas aos sacerdotes, etc.
B - Moed ( Festas).
C - Nashim (Mulheres).
D - Nezikim (Prejuízos,danos): trata do direito de propriedade, indenizações, processos legais para reparações.
E - Kodashim ( Ofertas de sacrifícios).
F - Tohoroth (purificações): versa sobre as complicadas leis de purificação.
A Mishnah pretendia ter a mesma fundamentação que a Torah de Moisés e, como já mencionamos, uma força para obrigar ainda maior do que a da Lei revelada. Não se admitia que pudesse haver contradição entre a Torah e a Mishnah, embora esta última não precisasse ter apoio em um texto determinado da Escritura.
As leis da Tradição dos Antigos contidas na Mishnah são chamadas de Halakhoth, termo que significa via, caminho, norma que deve ser seguida porque é um costume deduzido da Escritura por um doutor ou pelo consenso dos Doutores ou Antigos Sábios.
Pode-se distinguir :
a) Os Halakhoth atribuídos a Moisés.
b) Os Hallakhoth propriamente ditos, conjunto das lei tradicionais elaboradas pelos escribas e doutores da Lei
c) as ordenações dos escribas
Enquanto os Halakhoth visam expor ou definir uma lei tradicional, a chamada Haggadah, termo que significa narração, é constituída por comentários expondo e intrepretando a Escritura, tendo em vista a edificação da alma do judeu. Tais comentários não são muito encontrados na Mishnah, aparecendo em geral no final de alguns tratados. A Haggadah analisa o texto da Escritura, fazendo relações com outros passos, interpretando-os de modo alegórico, mais do que buscando o sentido literal e primeiro do texto.
Sendo a Hallakhah uma codificação da lei costumeira e da jurisprudência rabínica, dado também seu caráter tradicional, consideravam os fariseus que ela jamais poderia ser definitivamente concluída, pois sempre se agregariam novas regras. Por outro lado, eles afirmavam ainda que a Hallakhah era imutável, daí sua preocupação em guardá-la, primeiro de memória, e depois codificá-la. É evidente que a codificação feita pelos Rabinos se fundamentava numa doutrina que só pode ter sido a dos fariseus.
Ora, é certo que, quando a Toral Oral começou a se formar nas sinagogas, em tempos anteriores ao nascimento de Cristo, já existia entre os escribas (Sofer) e os doutores da Lei uma doutrina secreta . Prova disto é que na Mishnah se lê :
"Os graus proibidos [Cfr Lev. XVIII, 6-18; graus de parentesco que eram impedimentos para o casamento, e que tornavam a relação sexual incestuosa] não podem ser expostos diante de três pessoas, nem a história da criação diante de duas pessoas, nem a Merkabah [visão do carro de Deus em Ez, I,4] diante de uma só pessoa, a não ser que ela seja um Sábio que compreende com seu próprio entendimento" ( Mishnah , Hagigah, II, 1).
Gershom Scholem, o grande especialista na Kabbalah afirma:
"Sabemos que já no período do segundo Templo, uma doutrina esotérica era ensinada em círculos farisaicos. O primeiro capítulo do Gênesis, a história da Criação (Maassei Bereshit) e o primeiro capítulo de Ezequiel, a visão do trono-carruagem de Deus (Maassei Merkabah)- eram os temas favoritos de uma discussão e intrepretação que aparentemente não convinha tornar pública" (G.G. Scholem, A mística judaica, Perspectiva, São Paulo, 1972, pp. 41-42).
E esse mesmo autor, de autoridade indiscutida, considera que a mística da Merkabah - que vai ser uma das raízes da Kabbalah medieval - já tinha nascido nos tempos de Rabi Akiva (Séc. I e II D.C.) e que essa mística era , sem dúvida gnóstica.
"The logical conclusion seems to be, given the historical circumstances, that, initially, Jewish esoteric tradition absorbed Hellenistic elements similar to those we actually find in Hermetic writings. Such elements entered Jewish tradition before Christianity developped, or at any rate before Christian Gnosticism as a distinctive force came into being. Later, when Judaism and Christianity finally parted ways, these elements, whose development, once borrowed, had been within and in the manner of a distinctly Jewish esoterism, were taken over into Christianity and into early Gnostic circles, rather than the reverse" (G.Scholem, Jewish Gnosticism, Merkabah Mysticism and Talmudic Tradition, The Jewish Theological Seminary of America, New York, 5725-1965, p. 34).
Foram exatamente as doutrinas sobre o Bereschit e sobre a Merkabah que deram origem às teses gnósticas fundamentais da Kabbalah medieval. É claro que, nos tempos rabínicos, essas doutrinas ainda não tinham adquirido o desenvolvimento que depois apresentaram. Porém, desde a sua introdução nas escolas da velha Sinagoga, elas continham já, certamente, os princípios fundamentais que desabrochariam posteriormente, provavelmente já nos tempos de Cristo, em gnose elaborada. É o que conclui também A. E. Waite ao escrever: "O ponto de partida (para a formação da Kabbalah) tem sido colocado por um criticismo moderado, antes do nascimento de Cristo" ( A. E. Waite, The Holy Kabbalah , University Books, Secaucus, New Jersey, 1975, p. 26).
Por tudo isso, fica bem claro o porquê o profeta Jeremias asseverou contra os escribas:
"Como dizeis : ‘Somos sábios e a Lei do Senhor está conosco’? Verdadeiramente, o ponteiro mentiroso dos escribas gravou a mentira" (Jer. VIII,8).

Codificada a Mishnah, ela se tornou, por volta dos III e IV séculos D.C., o livro fundamental, em matéria legal, para todos os judeus. Eles a ensinavam e discutiam em suas escolas. É claro que novos materiais casuísticos foram aos poucos sendo acrescentados à Mishnah, dando afinal origem ao Talmud.
Essencialmente o Talmud (ensinar por meio de uma discussão) é um comentário da Mishnah, e, por isto, ele segue a mesma seqüência de seções e tratados que a Mishnah. No Talmud, o texto da Mishnah é seguido e comentado passagem por passagem. O Talmud inclui as opiniões dos Amoraim - termo que significa porta-vozes- mestres do período pós-mishnaico (séculos III-IV D.C.) Pode-se encontrar ainda, no Talmud, ensinamentos citados em hebreu e aramaico, que provem do período mishnaico, mas que não foram conservados na Mishnah ; os baraytoth .
As discussões dos mestres amoraitas registradas no Talmud formam a Gemara, isto é, coisas a ensinar, ou complemento. Além do comentário das Hallakoth ou leis tradicionais registradas na Mishnah, o Talmud contém ainda interpretações de textos da Escritura, em forma haggádica.
Há dois Talmuds: o de Jerusalém e o de Babilônia. O Talmud Ierusalmi ou Talmud da terra de Israel é o menor dos dois, e nele faltam os comentários de algumas partes da Mishnah. Ele foi concluído antes do ano 400 D.C.
A Mishnah teria sido levada para Babilônia por Abba Areka, conhecido como Rab, um discípulo de Rabi Iehudah, o Príncipe, o codificador da Mishnah. O Talmud Babli -Tamud babilônico- é mais completo, mais considerado e muito mais extenso que o Talmud de Jerusalém. Ele foi escrito no dialeto aramaico de Babilônia, e concluído no século VI. Ele contém uma porcentagem bem maior de textos haggádicos do que o Talmud de Jerusalém.
No Talmud, ainda mais do que na Mishnah, é possível encontrar traços de esoterismo gnóstico e uma doutrina antinomista. É o que assevera Gerschom Scholem em muitos textos de suas obras.
"The Talmud speaks of sitrei torah and razei torah ("secrets of the Torah"), and parts of the secret tradition are called ma'aseh bereshit (literally,"the work of the creation") and ma'aseh merkabah (the work of the charriot")." (G.G.Scholem, Kabbalah, Ketter, Jerusalém, 1974. p. 6).
"The future abolition of the commandements mentioned in the Talmud (Nid. 61 b) was taken by the kabbalists to refer to the complete spiritualization of the commandements that would take place under the dominion of the Tree of Life". (G.G.Scholem, Kabbalah , Ketter, Jerusalém,1974,pp.166-1670).
"Both Mishnah and Talmud (Hag.2:1 and the correspondent Gemara in both Babylonian and Jerusalem Talmud) show that, in the first century of the common era, esoteric traditions existed within these areas, and severe limitations were placed on public discussion of such subjects: "The history of creation should not be expounded before two persons, nor the chapter on the Charriot before one person, unleess he is a sage and already has an indenpendent understanding of the matter".[Talmud,Haggigah2,1]. Evidence concerning the involvement of Johanan b. Zakkai and his disciples in this sort of exposition proves that this esoterism could grow in the very center of a developing rabbinic Judaism, and that consequently this Judaism had a particular esoteric aspect from its very beginning. On the other hand, it is possible that the rise of Gnostic speculations, which were not accepted by the rabbis, made many of them tread very warily and adopt a polemical attitude. Such an attitude is expressed in the continuation of the Mishnah quoted above: "Whoever ponders on four things, it were better for him if he had not come into the world: what is above, what is below, what was before time, and what will be hereafter". Here we have a prohibition against the very speculations which are characteristic of Gnosticism as it is defined in the "Excerpts from the writtings of [the Gnostic] Theodotus" (Extraits de Théodote, ed.F.Sagnard(1948),para.78). In actual fact, this prohibition was largely ignored, as far as can be judged from many statements of tannaim and amoraim dealing with these matters which scattered throughout the Talmud and the Midraschim." (G.Scholem, Kabbalah, ed. cit. p.12).
Um tema essencialmente gnóstico é o da redenção de Deus. Conforme a gnose, a divindade teria decaído e ficado aprisionada no exílio do mundo material do qual precisaria ser salva. Ora, esse tema aparece no Talmud, segundo afirma Scholem: "The Zohar too takes the position that the crux of the redemption works itself out in the uninterrupted conjunction of Tiferet and Malkult, and the redemption of Israel is one with the redemption of God Himself from His mystic exile. The source of this belief is talmudic and can be found in both the Palestinian Talmud, Sukkah 4,3, and in the Midrash lev.R.9,3: "The salvation of the Holy One, blessed be He, is the salvation of Israel" (G.G.Scholem, Kabbalah , ed. cit. p. 166).
"In Pharisaic and tannaitic circles, Merkabah mysticism became an esoteric tradition of which differents fragments were scattered in the Talmud and the Midrash, interpreting Haggigah 2,1" (G.G.Scholem,Kabbalahed.cit.p.373).
Ora, Scholem demonstrou, em várias de suas obras, que o misticismo da Merkabah era gnóstico (cfr.G. Scholem ,Jewish Gnosticism, Merkabah Mysticism, and Talmudic Tradition, The Jewish Theological Seminary of America, New York, 5725 - 1965).
Não há pois qualquer dúvida que, desde os tempos do retorno do exílio de Babilônia, especialmente após a invasão grega da Palestina, difundiram-se entre os escribas, doutores da Lei e Rabinos idéias gnósticas que constituíram a origem do misticismo gerador, mais tarde, da Kabbalah medieval.
É importante salientar também ser tese, embora discutida por alguns, mas aceita entre os estudiosos da questão, que essas idéias gnósticas e esotéricas, já existiam, entre os rabinos fariseus, nos tempos de Cristo e que elas influenciaram as seitas gnósticas cristãs dos dois primeiros séculos de nossa era.
"To what extent the growth of Gnostic tendencies whithin Judaism itself preceded their development in early Christianity is still the subject of lively scholarly controversy. Peterson, Haenchen and Quispel, in particular, along with several experts on the Daed Sea Scrolls, have tried to prove that Jewish forms of Gnosis, which retained a belief in the unity of God and rejected any dualistic notions, came into being before the formation of Christianity and were centered particularly around the idea of primordial man (following speculation on Gen. I,26; "Adam Kadmon").(G.Scholem, Kabbalah, ed. cit. p. 21. O sublinhado é nosso).
"In an age of spiritual awakening and deep religious turmoil there arose in Judaism a number of sects with heterodox ideas resulting from a mixture of innner compultion and outside influence. Wether Gnostic sects existed on the periphrry of Judaism before the advent of Chrstianity is a matter of controversy: but there is no doubt that minim ("heretics") did exist in the tannaitic period and specially in the third and fourth centuries. In this period a Jewish Gnostic sect with definite antinomian tendencies was active in Sepphoris. [Conforme A. Merk, Séforis foi uma das cidades em que nasceu o Talmud palestinense.(cfr. A.Merk S.J., op.cit.,vol I, p.92]. There were also of course intermediate groups from which members of these sects gained an extended knowledge of theological material on ma'aseh bereshit and ma'aseh merkabah, and among these should be included the Ophites (snake worshipers) who were basicaly Jewish rather than Christian. From this source a considerable number of esoteric traditions were transmited to Gnostics outside Judaism, whose books, many of which have been discovered in our time, are full of such material - found not only in Greek and Coptic texts of the second and third centuries but also in the early stracta of Mandaic literature, which is written in colloquial Aramaic. Notwithstanding all the deep differences in theological approach, the growth of Merkabah mysticism among the rabbis constitutes an inner Jewih concomitant to Gnosis, and it may be termed "Jewish and rabbinic Gnosticism".(G.G.Scholem, Kabbalah, ed.cit.p.12. O sublinhado é nosso).
Quanto à influência dos judeus no desenvolvimento das seitas gnósticas cristãs, diz ainda Scholem: "In the second century Jewish converts to Christianity apparently conveyed different aspects of Merkabah mysticism to Christian Gnostics. In the Gnostic literature there were many corruptions of such elements, yet the Jewish character of this material is still evident, specially among the Ophites, in the school of Valentinus, and in several of the Gnostic and Coptic texts discovered within the last 50 years." (G.G.Scholem, Kabbalah, ed. cit., p. 376).
Já entre os primeiros hereges cristãos, todos de caráter gnóstico, tais como Simão Mago, os ebionitas e Mandeanos, os especialistas apontam elementos de origem judaica. "These scholars [Peterson, Haenchen e Quispel] have interpreted several of the earliest documents of Gnostic leterature as Gnostic Midrashim on cosmogony and Haenchen in particular has argued that their basic Jewish character is clearly recognizable in an analysis of the teaching of Simon Magus, apparently the leader of Samaritan Gnosis, a first-century heterodox Judaism. Even before this, M. Friedlander had surmised that antinomian Gnostic tendencies( which belittled the value of the Commandments) had also developed within Judaism before the rise of Christianity. Although a fair number of these ideas are based on questinable hypotheses, nevertheless there is a considerable measure of truth in them " (G.G.Scholem, Kabbalah, ed. cit. , p. 21-22. O sublinhado é nosso).
Vimos então que, no período do segundo Templo, surgiu e desenvolveu-se entre os escribas, doutores da Lei e fariseus, um sistema de pensamento esotérico e gnóstico. Mais tarde, essas idéias da gnose judaica influenciaram as seitas gnósticas cristãs. Cabe então perguntar se, entre os judeus contemporâneos de Cristo, não havia gnósticos, e se Cristo não os combateu. Se os combateu, que traços dessa luta podemos encontrar nos textos dos Evangelhos?

Um dos pontos álgidos da luta entre gnose e Cristianismo é a divergência absoluta quanto ao modo de considerar a matéria. Enquanto o Cristianismo considera toda a criação como boa, visto que Deus só pode fazer o bem, a gnose afirma que a matéria é má, e que a criação foi obra de um deus malévolo.
A Igreja Católica se funda não só em argumentos metafísicos, que fazem o ser se identificar com o bem, como também em textos escriturísticos. Com efeito, no Gênesis se lê que, ao criar cada coisa Deus dizia que ela era boa, e, ao final da obra criadora, "Deus viu todas as coisas que tinha feito, e eram muito boas ". (Gen. I,31).
Essa recusa de aceitar a matéria como criatura boa de Deus bom obriga os gnósticos a recusarem a Encarnação do Verbo de Deus. No Novo Testamento, esta é a verdade que mais se opõe a gnose. Com efeito, na Pessoa de Cristo, há duas naturezas: a divina e a humana. "O Verbo de Deus se fez carne" (Jo. I, 14). Em Cristo se dá a harmonia das coisas divinas e humanas, se encontram o céu e a terra, o Espírito de Deus e matéria. Na Encarnação do Verbo no seio virginal de Maria Santíssima, são condenados, quer o Panteísmo, quer a gnose. O Panteísmo materialista é condenado pois o dogma da Encarnação afirma a existência do Verbo. A gnose, por sua vez, é condenada pela assunção da natureza humana por Deus. Por isto se diz que Maria esmagou toda heresia. Será contra o dogma da Encarnação que se lançarão todos os ódios de todas as heresias, especialmente das seitas gnósticas dos primeiros séculos do Cristianismo.
Por outro lado, foi a coexistência da natureza divina e humana em Cristo que levou os judeus a repelirem o Messias. Quando Caifás perguntou, com a autoridade de Sumo Pontífice, e em nome de Deus, se Cristo era o Filho de Deus vivo, e Nosso Senhor confirmou que sim, Caifás rasgou hipocritamente suas vestes, acusando Cristo de ter blasfemado. A Encarnação do Verbo foi o ponto que o judaísmo recusou aceitar e que, por isto, procurou sempre combater insuflando a formação de seitas que negavam esta verdade fundamental.
Por que Israel resistiu tanto contra esta verdade? Por que recusava Cristo, Deus-Homem, quando era patente que só Deus podia fazer o que ele fazia?
Nicodemos, "um dos principais entre os judeus" e "homem da seita dos fariseus" (Jo.III,1), quando foi ver Jesus à noite, escondido, por medo dos seus companheiros de seita e do Sinédrio, disse a Jesus: "Mestre, sabemos que foste enviado por Deus para ensinar; porque ninguém pode fazer estes milagres que tu fazes, se Deus não estiver com ele" (Jo. III2). Note-se que Nicodemos fala na primeira pessoa do plural: "sabemos". Quem é o nós desse "sabemos"? Só pode ser o "nós" que designa o Sinédrio judaico. Os príncipes de Israel sabiam que Deus estava com Cristo. Foi, aliás, o que reconheceram os Pontífices e fariseus do Sinédrio, quando Cristo ressuscitou Lázaro: "Que havemos de fazer? Este homem faz muitos milagres" (Jo. XI,47).
Por que Israel resistiu com tanta pertinácia à evidência da Encarnação ? Por que não aceitaram a prova escriturística dada por Cristo a eles, quando lhes mostrou que o próprio Daví, num salmo, o havia chamado de Senhor, isto é, de Deus: "Disse o Senhor a meu Senhor" (Mt. XXII.44) ?
Ora, é bem conhecido que a Kabbalah - a gnose judaica medieval - interpretou o primeiro versículo do Gênesis de modo surpreendente. Esse primeiro versículo diz: "No princípio criou Deus os céus e a terra", em hebraico: "Bereschit bara Elohim etc.". Para a Kabbalah, o sujeito dessa primeira frase da Escritura não é Elohim e sim Bereschit, o Princípio. Para a Kabbalah medieval, a palavra Bereschit designaria a divindade superior a Elohim, o Nada absoluto, o Deus Absconditus, do qual emanara Elohim, este sim, o demiurgo rigoroso e mau, criador dos céus e da terra perecíveis. Assim, a Kabbalah medieval - como autêntica gnose - distinguia uma divindade superior e verdadeira divindade oculta, de Elohim, o criador do mundo material.
As seguintes citações comprovam o que dissemos :
"...o Zohar, e de fato a maioria dos cabalistas mais antigos, questionavam o significado do primeiro verso da Torá: Bereschit bara Elohim, "No princípio criou Deus"; o que na realidade isto significa? A resposta é bem surpreendente. É-nos dito que significa Bereschit - por meio do "princípio", isto é, dessa existência primordial que foi definida como a sabedoria de Deus,- bara , criou, isto é, o Nada oculto que constitui o sujeito gramatical da palavra bara , emanou ou desdobrou-se, - Elohim , isto é, sua emanação é Elohim. É o objeto e não o sujeito da sentença. E o que é Elohim ? (...) Elohim é o nome dado a Deus depois de ocorrida a disjunção do sujeito e do objeto, mas no qual este abismo é continuamente transposto ou fechado. O Nada místico que se encontra antes da divisão da idéia primária no Conhecedor e no Conhecido, não é considerado pelo cabalista como um verdadeiro sujeito" (G. Scholem, A mística judaica , p. 223).
No Zohar pode-se ler: "...se o mundo tivesse sido obra da essência divina chamada Jehováh, tudo nesse mundo teria sido indestrutível; mas como o mundo é obra da essência divina chamada Elohim, tudo está sujeito à destruição; e é porque a Escritura diz : "Vinde e vede as obras de Elohim que estão sujeitas à destruição (schamoth) sobre a terra" (...) "Rabbi Issac disse: (...)se o mundo tivesse sido criado pelo nome de misericórdia, isto é, pelo nome de Jehovah, todo o mundo teria permanecido indestrutível; mas como o mundo foi criado pelo nome do rigor, isto é, pelo nome de Elohim , tudo é perecível nesse mundo" (Zohar , I,58, b ).
É certo que esta doutrina estranha e cheia de contradições só foi plenamente elaborada na Idade Média. Mas, se já no período do segundo Templo, quando uma "uma doutrina esotérica era ensinada em "círculos farisaicos", conforme diz Scholem, e quando já o Maassei Bereshit e a Maassei Merkabah" eram temas favoritos de uma discussão e interpretação que aparentemente não convinha tornar pública" (G.G.Scholem, A mística judaica p.41-42), pode-se perguntar, se, nos tempos da elaboração da Mishnah - portanto, antes de Cristo- já existia essa doutrina esotérica do Bereschit, interpretado como o Nada primordial, Deus absconditus, do qual teria se originado Elohim, o criador do mundo perecível .
Alguns indícios de que a resposta a essa pergunta deve ser afirmativa se acham nos Evangelhos especialmente no de São João.
Um indício muito importante nós o temos no próprio prólogo do Evangelho de São João que começa exatamente afirmando: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava em Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio em Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e nada do que era feito foi feito sem ele" (Jo. I,1-3).
Caso se aceite a afirmação de Scholem de que já no período do Segundo Templo corria entre os fariseus uma doutrina esotérica sobre o Bereschit, então o paralelismo feito pelo primeiro versículo do Evangelho de São João ao primeiro versículo do Gênesis pode ser visto como uma resposta às doutrinas esotéricas dos fariseus a respeito do Bereschit. Daí se deveria concluir que o Evangelho de São João quis combater expressamente as doutrinas gnósticas já existentes entre os judeus, no tempo de Cristo.
Nesse sentido, ganha grande luz a passagem em que Cristo, discutindo com os fariseus que lhe perguntam quem Ele é:
"Se não crerdes quem eu sou, morrereis no vosso pecado. Disseram-lhe, pois, eles: "Quem és tu ? "Jesus disse-lhes: o princípio, eu que vos falo" (Jo. VIII,24-25).
Nesse texto, Cristo se afirma o Princípio, o Bereschit. E nota São João que então "muitos creram nele" (Jo.VIII,30).
Portanto, dessas duas passagens do Evangelho de São João se pode - pelo menos - aventar a hipótese de que a doutrina gnóstica a respeito do Bereschit já existia entre os fariseus combatidos por Cristo.
Não se julgue – erroneamente - que a tese de que nos próprios Evangelhos podem ser encontrados traços de uma polêmica anti-gnóstica seja inaudita. Em vários autores antigos e modernos ela pode ser encontrada. Ela já foi afirmada pelos primeiros Padres da Igreja :
"Anunciando esta fé [na divindade de Cristo], João, o discípulo do Senhor, pelo anúncio do evangelho, quis arrancar o erro que fora semeado entre os homens por Cerinto, e muito antes por aqueles que são chamados de Nicolaítas, e que são um ramo deles, erro que falsamente chamam de ciência, para confundí -los e persuadí-los que o Deus único que tudo fez por meio de seu Verbo, e não do modo como eles dizem um ser o fabricador e outro ser o Pai do Senhor(...)Querendo, portanto, o discípulo do Senhor circunscrever todas estas coisas e constituir a regra da verdade na Igreja, porque há um só Deus onipotente, que por meio de seu Verbo fez todas as coisas, as visíveis e as invisíveis, significando também, porque pelo Verbo, pelo qual Deus fez a criação, neste também propiciou a salvação para os homens aqueles que estão na criação... ( S.Irineu, Contra Haereses ,III, 11, 1).
O mesmo Santo Irineu, que morreu em 202, e que foi discípulo de São Policarpo, o qual o foi de São João, escreveu em sua obra Contra Haereses a respeito dos Ebionitas:
"Aqueles que se denominam Ebionitas consentem, na verdade, que o mundo foi feito por Deus (...) utilizam somente o que está no evangelho de São Mateus e recusam o Apóstolo Paulo dizendo que ele foi apóstata da Lei. Esforçam-se por expor mais cuidadosamente as coisas proféticas, e perseveram em seus costumes que são de acordo com a Lei e levam uma vida de caráter judaico, de modo que veneram Jerusalém como se fosse casa de Deus" (S. Irineu, Contra Haereses, I, XXVI, 2; Migne,P.G.Vol., VII, col. 686-687).
Vê-se por esses testemunhos de Santo Irineu - repetidos por S. Hipólito (cfr.Philosophumena,VI,34) - que os hereges Ebionitas eram tidos, pelos primeiros cristãos, como judaizantes. Ora estes Ebionitas, assim como o gnóstico Cerinto, da mesma forma que os judeus, negavam a divindade de Cristo e afirmavam que o Criador de todas as coisas era o deus do mal.
"E também, na Ásia, Cerinto ensinou que o mundo não foi feito pelo primeiro Deus, mas por por uma certa Virtude (ou força) separada e distante daquela Principalidade [o Bereschit distinto do Elohim dos judeus?] que está sobre todas as coisas e ignorando aquele Deus que está sobre todas as coisas. Colocavam pois Jesus abaixo [dessa Divindade Primeira] e afirmavam que Ele não nascera de uma Virgem [diziam que, na opinião deles, isto era impossível], mas que fora filho de José e de Maria de modo semelhante a todos os restantes homens, e que fora mais poderoso que os demais homens pela justiça, prudência e sabedoria. E que, após o batismo, desceu sobre ele, enviada por aquela Divindade que esta sobre todas as coisas, o Cristo em figura de pomba, e então anunciou o Pai incognoscido, e praticou as virtudes perfeitamente. E que, afinal, partiu de novo o Cristo de Jesus, e Jesus padeceu e ressuscitou. O Cristo, porém, continuou impassível e existente espiritualmente".(S.Irineu, Contra Haereses,I,XXVI,1,Migne,P.G. vol VII, col. 686).
Outra prova de que São João escreveu o seu Evangelho também para atacar os hereges se acha no próprio texto do Evangelho: "Estas coisas foram escritas para que creiais, porque Jesus é o Cristo Filho de Deus: e, para que crendo, tenhais a vida eterna em nome dele" (Jo. XX,31).
Também na sua primeira Epístola São João alude aos hereges que recusam a Encarnação do Verbo: "Nisto se conhece o espírito de Deus: todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo o espírito que divide Jesus não é de Deus; mas ele é um Anticristo, do qual vós ouvistes que vem, e agora está já no mundo" ( Jo. I, IV, 2-3).
Vê-se claramente que, "por essas afirmações, esclarece o Apóstolo [João] querer lutar contra os hereges que saíram da Igreja e ensinavam [que havia] uma separação entre Jesus e Cristo, isto é, o Filho de Deus. Portanto, pelo Evangelho de S. João e por sua Epístola se conhece que esse Evangelho foi escrito para prevenir os fiéis contra os falsos doutores". (Augustin Merk, S.J., Introductionis in S. Scripturae Libros , Lethielleux, Paris, 1940, vol. II , p.749).
Não há dúvida pois, de que o Evangelho de S. João foi escrito para combater os gnósticos e de que esses hereges eram influenciados pelos judeus e repetiam suas heresias.
O que perguntamos é se nas próprias palavras de Cristo é possível encontrar indícios de que Nosso Senhor atacava o esoterismo e a gnose já existente entre os fariseus daquele tempo.
 

OS ESCRIBAS E FARISEUS REMANESCENTES 
            No Capítulo 7 do Evangelho de Marcos, a palavra diz: Perguntaram a Jesus, os escribas e os fariseus dizendo: Por que não andam os teus discípulos conforme a tradição dos anciãos, mas comem com as mãos por lavar? E ele, respondendo, disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens. Nada há, fora do homem, que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai dele, isso é que contamina o homem.
            Antes de iniciarmos os nossos estudos, vamos pesquisar nos dicionários bíblicos o significado dessas palavras, citadas no Novo Testamento. Vejamos:
ESCRIBA: Ou eruditos Homens de letra, aos quais pertenciam o estudo profissional da lei de Moisés (Esdras 7.6). O seu trabalho abrangia o desenvolvimento teórico da lei, para incluir novos casos.
Os escribas criaram um sistema complicado de ensinamentos conhecido como A TRADIÇÃO DOS ANCIÃOS (Mateus 15.2-9). Jesus os censurou (Mateus Capítulo 23).  Os escribas tiveram parte na morte de Cristo (Mateus 26.57) e perseguiram a Igreja primitiva (Atos 4.56.12). Eles eram chamados também de doutores da lei (Lucas 5.17).   
            FARISEU: Membros de um dos principais grupos religiosos dentre os judeus. Os fariseus seguiam rigorosamente a Lei de Moisés e as tradições dos anciãos e os costumes dos antepassados Mateus 23.25 a 28. Acreditavam na ressurreição e na existência de seres celestiais (Atos 23.8). Os fariseus não se davam com os saduceus, mas se uniram com eles para combater Jesus e os seus seguidores (Mateus16.1).

            E hoje, quem são os escribas e fariseus, senão os doutores ou eruditos que buscam nos cursos bíblicos didáticos, a sabedoria para exercerem liderança nas igrejas, tornando-se mercenários da fé, vivendo no deleite da vida material, tosquiando as ovelhas, e extorquindo a fé dos fieis. 
É óbvio que não podemos generalizar, porque existem muitos homens ungidos do Senhor com único objetivo de anunciar o reino de Deus, cujo interesse é a salvação de muitas almas, realizar a sua obra sem estimar lucros, sem qualquer interesse nas coisas deste mundo.
Mas podemos afirmar com toda certeza, que a grande parte desses, se encaixam no perfil dos escribas e fariseus denunciados no Evangelho do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.  
Quem são os escribas e fariseus, senão os que procuram a cada dia deixar mais espaçosa a porta que Cristo declarou ser estreita  anunciando uma doutrina fácil, um Evangelho sem compromisso com o Senhor e sem esperança para a salvação. Pregando o Evangelho da prosperidade, uma doutrina fora do propósito de Deus para o homem, distanciando-o do Reino de Deus, disseminando apenas  o que lhes é conveniente, ocultando a finalidade principal da morte de Cristo na Cruz, a remissão dos nossos pecados, e a promessa da vida eterna.  
Introduzem doutrinas de homens na igreja como as danças, teatro, cinema, acampamentos em feriados prolongados, tudo sob o pretexto de evangelização. O que precisamos é levar o Evangelho de Cristo para salvação dos que andam em caminhos distantes, e não trazer os costumes mundanos dos ímpios para dentro da igreja.
            Também criaram um sistema complicado e corrompido para o homem servir a Deus, chamam a estrutura material de casa do tesouro de Deus e, exigem que os dez por cento dos rendimentos sejam entregues nesse lugar onde ninguém mais sabe o destino desse dinheiro, retrocedendo as fábulas judaicas no rudimento da lei, anulando assim o sacrifício do Cordeiro de Deus. Usam uma lei que foi por Cristo abolida, colocando sob o jugo aqueles que buscam a libertação (Romanos 10.4, Efésios .2.15, II Corintios3.14, Hebreus 7.12,18, 19).
Para esses falsos mestres, o dízimo é o único vínculo entre Deus e o homem. Estabeleceram valores: Dez por cento dos rendimentos e mais ofertas, este é o preço que os fieis pagam aos líderes de muitas igrejas para a salvação.  Indulgência no passado, hoje dízimos e ofertas. 
            Exercitam comércio dentro da casa de oração, mesmo sendo sabedores que isso é abominação ao Senhor, pois Cristo expulsou a todos os que vendiam e compravam nesse lugar e disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração, mas vós a tendes transformado em covil de ladrões (Mateus 21. 12, 13).
Pelas palavras do Senhor Jesus Cristo, entendemos com toda transparência, a razão pela qual, muitas vezes as nossas orações não são ouvidas. Certamente, porque não chegam diante do trono de glória do Pai. Porventura opera Deus no covil de ladrões
Cristo está à direita de Deus Pai e o rebanho apascentado pelo mercenário está sendo conduzido para a esquerda, direção adversa do Senhor Jesus, na contra mão da vontade de Deus, pela imposição de doutrinas e heresias que são inseridas nas igrejas ocultamente pelos falsos mestres, verdadeiros condutores cegos.  E, um cego guiado por outro cego, seguramente caem os dois na cova.
 Hoje, os escribas e fariseus estão mais atuantes do que nunca. Abrem-se igrejas com estrutura e requisitos de empresa, com a única finalidade de comercializar, cujos clientes são os fieis e o produto a ser negociado é o precioso sangue do Cordeiro inocente, o sacrifício vivo de Jesus Cristo na cruz do Calvário.  Na carta universal de 2 Pedro 2.3, o Senhor alerta:
Por avarezafarão comércio de vós com palavras fingidas; sobre os quais já de longo tempo a sentença não tarda, e a sua perdição não dorme.

E o mais deplorável de tudo isso, em muitos casos é a ingenuidade dos fieis, confiam em tudo o que lhes é atribuído pelo homem, ao invés de buscar a verdade nas escrituras, as quais dizem: Maldito é o homem que confia no homem, mas bem-aventurado é o homem que deposita a sua confiança no Senhor.
Na carta de Paulo aos Colossenses 2.8 diz: - Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo.
Quando os Apóstolos de Cristo anunciaram o Evangelho em Beréia, esses tiveram o cuidado de considerar nas escrituras a veracidade dos acontecimentos.
Atos 17.11 - Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidezexaminando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim.
Precisamos também ter esta postura em relação a palavra de Deus, certificar se o que nos foi apregoado tem embasamento bíblico ou se é doutrina do homem, porque isso é muito perigoso, a palavra do Senhor é radical e invariável e não deixa margem para dupla interpretação.
Vamos deixar aqui uma indicação aos amados irmãos para discernir quando a palavra que nos é pregada, se foi divinamente inspirada pelo Espírito Santo de Deus, ou se veio da inspiração humana. Prestem muita atenção para onde será conduzido o final da pregação.
Se a pregação for conduzida com o único propósito de glorificar e honrar o nome do Senhor nosso Deus e Pai; Amem.  Pode absorver no seu coração que verdadeiramente veio do trono de Glória de Deus.  
Porem, se o objetivo final da pregação for direcionado para veneração e glória do homem, para tirar proveito de alguma situação ou para fins comerciais, ou ainda para realizar qualquer espécie de coletas, a palavra está materializada, sem virtude alguma e com toda certeza não veio da vontade de Deus, mas do homem e não trará proveito espiritual algum.
Gostaríamos de esclarecer, que não anunciamos isto para agredir ou afrontar essa ou aquela igreja, o nosso compromisso é com Deus, e o único objetivo é apresentar aos irmãos a verdade que Cristo nos deixou para alcançarmos a liberdade plena pela aspersão do sangue de Cristo na cruz, porque “Ele” mesmo disse: Fostes comprado por bom preço, não vos façais servos de homens.
EXTREMA CORRUPÇÃO NOS ÚLTIMOS TEMPOS
 Na 2ª Carta de Paulo a Timóteo Capitulo 3.1 ao 7, 10: Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos; porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.
Porque deste número são os que se introduzem pelas casas e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências, que aprendem sempre e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade.
Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, caridade, paciência.
Colossenses 3.14: E sobre tudo isto, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição.

O ESPÍRITO SANTO VOS ENSINARÁ TODAS AS COISAS
A palavra do Senhor relata no livro de Êxodo 31.18, que Moisés, em comunhão com Deus há quarenta dias no Monte Sinai, recebeu do Senhor as tábuas de pedra contendo os seus Mandamentos escritos pelo dedo de Deus, o que confirma a afinidade de Deus com o homem desde a antiguidade, revelando-lhe coisas grandiosas, vejamos: E, tendo acabado de falar com ele no monte Sinai, deu a Moisés as duas tábuas do Testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus.
            Assim sendo, havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo (Carta aos Hebreus 1.1).
            E na carta universal de I João 2.27, o Senhor declara: E a unção que vós recebestes d’Ele, fica em vós, e não tendes necessidade de que algum vos ensine, mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis.
Na segunda epístola Universal do Apóstolo Pedro, capítulo 1, versículos 20 e 21, a palavra exorta dizendo: Sabendo primeiramente isto: Que nenhuma profecia da escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.
            Palavra da verdade, escrita por mãos de homens, não por sua própria vontade, mas, divinamente inspirados pelo Espírito Santos de Deus, como diz na palavra: Toda escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para responder, para corrigir e instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.
            Mas na maioria das vezes, o homem não entende e nem confia na palavra de Deus, e acaba por buscar sabedoria nos livros didáticos, em cursos bíblicos e nas faculdades de teologia as quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, mas não é de valor algum perante o Senhor Jesus Cristo, em quem estão escondidos os tesouros de sabedoria e da ciência, porque a sabedoria espiritual virá somente pelo seu Santo espírito, o qual nos ensinará todas as coisas, para que a vossa fé não se apóie em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus. Porquanto a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na sua própria astúcia.
Comprovado na palavra que a sabedoria espiritual e o discernimento da palavra virão pelo Espírito Santo de Deus, então qual a obrigação de se ingressar num curso bíblico ou em faculdade de teologia para compreender as coisas de Deus? Será que o Espírito Santo de Deus vai ministrar lá no banco escolar, ou no seu coração? Quem é o homem capaz de revelar os segredos de Deus, ocultos em mistério, se a palavra do Senhor recomenda que, se alguém tem falta de sabedoria, peça a Deus, que a todos dá liberalmente.   Pois, assim disse o Senhor: Clama a mim, e responder-te-ei e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes, que não sabes.
            Afirmação conferida na carta de Paulo aos Efésios 1.17 dizendo: O Deus do nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da Glória, vos dê em seu conhecimento, o Espírito de sabedoria e de revelação. 
            E no Evangelho de João 16.13, disse Jesus: Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir.
            Tu porem permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido. E que desde a tua meninice sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.
Jesus, alerta que toda sabedoria e discernimento espiritual, virão pelo seu Espírito Santo: Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto Ele tem dito.
            Ele ainda aconselha: Examinai as escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna. E são elas que de mim testificam.
            E no Evangelho de Lucas 10.21 e 22, a palavra narra: Jesus se alegrou no Espírito Santo, e disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste as criancinhas, assim é, o Pai, porque assim te aprouve.
            Tudo por meu Pai me foi entregue; e ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem que é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quiser revelar.
            Portando, amados, o único livro que o crente deve e precisa ler concernentes às coisas do alto é a Bíblia, por que o próprio Senhor Jesus Cristo nos conforta e nos dá a fiança que o seu Santo Espírito nos ensinará todas as coisas, observem:
Por ocasião da grande tribulação que no final dos tempos virá sobre o povo de Deus (Marcos 13) o Senhor Jesus nos encoraja e nos fortalece dizendo: Quando, pois, vos conduzirem para vos entregarem, não estejais apreensivos de antemão pelo que haveis de dizer; mas o que vos for dado naquela hora, isso falai; porque não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo.
            Carta aos HEBREUS 8.10 ao 12: Porque este é o concerto que depois daqueles dias farei com a casa de Israel, diz o Senhor; porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu coração as escreverei. E eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo.
            E não ensinará cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor, porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior.
            Livros e mais livros acumulam sabedoria da ciência humana, confusos estão os sábios segundo a carne, pela erudição adquirida nas enciclopédias, muitas vezes inserindo doutrinas de heresia nas igrejas, distanciando o povo do Reino de Deus, cumprindo o que está escrito: O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que são vãos.
            E no livro de Eclesiastes 12. 12 e 13, escrito pelo rei Salomão, homem de imensurável sapiência, é possível resumir todo esforço do homem letrado, vejamos: 
             E demais disto, filho meu, atenta: Não há limites para se fazer livros, e o muito estudar, enfado é da carne.
            De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos, porque este é o dever de todo homem. 
Porque, a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia, e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor. 
No livro dos Salmos palavra diz: O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; bom entendimento tem todos os que lhe obedecem; e com os humildes está a sabedoria.